O número 13 determinou o nosso lugar na tabela final classificativa dos diferentes países participantes neste Eurofestival.
O número 69 representou o número de pontos obtidos por Portugal, da parte dos diversos países votantes.
A 13ª posição obtida, exactamente a meio da tabela, foi claramente injusta quando a música que representou Portugal era com segurança e de opinião unânime, uma das melhores a concurso neste Eurofestival. Mais se acresce que, em condições normais e com uma avaliação honesta e não política, considerada a má qualidade geral, as hipóteses de uma melhor pontuação cresciam automaticamente em nosso favor.
O número de pontos obtido foi basicamente derivado do mérito da nossa participação e não dos interesses político-económicos relacionados com o sistema de votação, de resto claramente aquém do valor que justamente nos caberia e anedótico quando comparado com os mais de 200 pontos obtidos pela medíocre música e cantora gregas (cruzes credo que não ganhou, mas não esteve longe de o conseguir).
Daqui retiro duas conclusões:
1- Enquanto persistir um sistema de votação desonesto em que imperam as relações económico-político-estratégicas e os demais favorecimentos de vizinhança, em detrimento da qualidade artística das actuações em evidência, Portugal jamais ganhará ... somos periféricos, pobrezinhos, dependentes economicamente e metade da nossa extensão fronteiriça é oceânica e os peixinhos da nossa ZEE não votam;
2- Portugal deveria abandonar de vez este concurso (seguindo o exemplo da Itália ... em alguma coisa este país teria de servir de exemplo), ou então dar-se ao deboche total, levando mediocridades extremas do género da música irlandesa com um peru cantador que pede à Europa doze pontos ou, um bailar o chikichiki ao mau estilo do reggaeton espanhol.
No próximo ano, Portugal poderia levar o Zé Cabra vestido de pastor acompanhado do Quim Barreiros ao acordeão, com uma música original, assim por exemplo, pedindo à Europa que não votem neles porque são uma grande shit. Talvez aí Portugal ganhasse ou conseguisse uma boa pontuação ... afinal a representante grega não canta melhor que o nosso Zé Cabra e ultrapassou largamente a nossa Vânia Fernandes.
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Poderia ter ficado indignado por Portugal atribuir dez pontos à música espanhola, quando desta vez era uma grande lástima mas, ... os vizinhos não votam todos uns nos outros?! Qual é o problema??? Também não percebi porque cada vez que algum país atribuía pontos a Espanha, o público vaiava ... no meio de um sistema tão claramente indigno, hipócrita e injusto ... foi apenas e só mais uma palhaçada. Já fiquei mais desiludido que Espanha só tivesse dado oito pontos a Portugal ... este ano a nossa música era bem superior à deles e nós demo-lhes mais.
Confirmei a má cultura musical e o gosto bem duvidoso em termos musicais, do povo espanhol ... doze pontos aquela amorosa pseudo-balada romena, ainda por cima e para estragar tudo, na língua italiana?!
Confirmei o maus gosto musical de grande parte dos vontantes europeus:
- a música grega era má, a cantora era pior (como foi dito, uma Britney balcânica ... ou seja, má como ela) que consegue um terceiro lugar;
- uma música ucraniana banal (à qual, de resto, atribuímos doze pontos), onde a única coisa efectivamente agradável era a fisionomia da cantora ... nada merecedora do segundo lugar.
A música croata quase não figurou nas votações ... será que o público se apercebeu de como era bonita?!
No próximo ano não verei o Eurofestival em sinal de protesto.
Eles que mudem os procedimentos.
Melhor ... vejo se formos representados pelo Zé Cabra e pelo Quim Barreiros a pedirem à Europa zero pontos.
E o justo é dependente do ponto de vista. Como saberemos se muita da população europeia não prefere bem mais outras músicas que não a portuguesa? Não sabemos. Para muita gente a portuguesa não é das melhores e se fosse de leste talvez não vencesse, mesmo que até ficasse mais bem colocada. Há musicas de leste que ficaram mal classificadas e outras que nem à final passaram. As coisas não são assim tão lineares. Também não nos poderemos esquecer que a lingua portuguesa é audivelmente desagradavel para a maioria dos estrangeiros, contrariamente a outras linguas que não entendemos mas que não nos soam mal, como Israel, Sérvia, etc. Mas essa é uma análise que nós portugueses temos dificuldade em fazer porque nao conseguimos ouvir a nossa lingua de fora.
Pois não creio que, mesmo não entendendo a língua ou não gostando do seu som, alguém considerasse a nossa música má desta vez.
Para mim, o francês e o italiano são línguas audivelmente desagradáveis e as pessoas gostam normalmente. Também acho que são línguas melodiosas, musicalmente falando ... mas detesto-as na conversação.
A nossa música desta feita era muito boa ... e olha que raramente gosto das músicas que nós levamos ao festival. Estava perfeitamente enquadrada no som e no espírito das músicas do eurofestival. Não creio que fosse a língua um factor determinante para ter uma má classificação, até porque até agora neste evento, as músicas portuguesas que receberam melhor pontuação foram sempre cantadas em português. Não creio pois, que a língua portuguesa tenha sido um factor determinante da 13ªposição.
Aposto que a nossa música, a mesmíssima música, apresentada por um país de leste subia drasticamente no ranking final
Portugal alguma vez levou uma música cantada em inglês na integra? Não dei por isso. Não digo que faz bem ou mal, apenas que se nunca levou, então o teu comentário não faz grande sentido quando dizes que as mais bem classificadas foram cantadas em português. Sim, se fosse a mesma e fosse de leste até ganhava talvez, e então que tem isso? Quem não quer ver não vê. Quem resume o festival à classificação final então é melhor n ver mais.
Não sei se levou ou não alguma música cantada na íntegra em inglês porque não vejo todos os eurofestivais. Sei que as músicas que até hoje ficaram melhor classificadas no ranking geral, foram cantadas na língua lusa e isso contrapõe a ideia de que a nossa língua pode ser um handicap na classificação. Talvez porque, mais do que a sonoridade da língua em que se canta, as pessoas atendem ao ritmo, à instrumentalidade, aos sons mais ou menos tradicionais, à própria voz, às coreografias, à indumentária ... aspectos mais do espectáculo em si do que o valor da mensagem mais ou menos explícita do texto.
Também não vejo o eurofestival com o intuito de ver as classificações e perceber quem ganha ou perde ... vejo-o como um espectáculo em si. Se assim fosse não o via há muito tempo ... afinal Portugal nunca ganhou. Também não faço da vitória do nosso país, um "cavalo de batalha" ... costumo avaliar as músicas de forma imparcial, como já referi em comentários anteriores. Simplesmente, neste ano, considero que a nossa foi muito forte no conjunto e senti-me desagradado por ter ficado mal classificada face ao que justamente mereceria. Parece-me um facto incontornável. Se fosse Espanha, Noruega ou outro qualquer a apresentar esta nossa música e terminasse com má classificação também iria considerar mau. Da mesma forma considerei que a pontuação obtida pela música croata foi incompatível com a sua qualidade (isto sempre em termos relativos, por comparação com o conjunto das músicas ali apresentadas). Segundo a tua lógica, nesse caso as músicas portuguesas que têm umas frases em inglês teriam forçosamente de ficar melhor classificadas o que nunca aconteceu, partindo do pressuposto que é uma língua que os europeus geralmente conhecem e dessa forma, entenderiam melhor a mensagem que passa.
Do que tenho visto, penso mesmo que a mensagem do texto das músicas é aquilo que menos interessa num espectáculo desta natureza, até porque as pessoas não vão estar atentas à mensagem de um conjunto de vinte e tal músicas ... logo, a língua não será um factor preponderante.
Portugal já levou músicas meio cantadas em inglês e o resultado foi desastroso. Exemplo: O Rui (não sei quantos) e a Floribela! Não passaram à final.
A língua é importante mas não é determinante. Veja-se a Sérvia o ano passado. E ninguém me venha dizer que a língua sérvia ou isrealita sempre soam melhor que a língua portuguesa!!!!! É impossível avaliar as coisas nesses termos ... E muitos estrangeiros até dizem preferir a sonoridade do português ao castelhano e a Espanha já ganhou (salvo erro) duas vezes com canções cantadas na sua língua!
É óbvio que o festival da canção não é só a classificação mas, como em qualquer concurso, o objectivo é ficar bem classificado. Ganhar até!!! E ao fim de 50 anos ou coisa que o valha (nem sei bem), Portugal nunca ter ganho NADA e depois acontecerem situações desta natureza, acaba por ser frustrante e obrigar, em minha opinião, a uma reflexão dos responsáveis (RTP) relativamente a isto.
De certeza que a RAI (televisão italiana) não resume a eurovisão à classificação, até porque a Itália tb já venceu duas vezes, mas foi levando em consideração a nova estrutura e forma de organização do certame que resolveu não mais participar!!
Não é vergonha gostar de sair vencedor de vez em quando. No caso de Portugal é mais, até, uma questão de justiça.