(Imagem retirada da Internet)
Ame-se ou se odeie, o certo é que até agora ainda não conheci ninguém, cujo primeiro contacto com a voz e a performance desta senhora não fosse a de uma imensa surpresa. Um amigo já me tinha dito que, daquilo que conhecia de mim, da minha atracção pela diferença e originalidade no campo musical, Diamanda Galás poderia ser uma interessante descoberta. Muito tempo se passou até ao primeiro contacto que ocorreu por acaso, quando numa ida a uma Fnac de Lisboa com alguns amigos, vagueando pelos corredores da área de Música, encontrei na secção de música alternativa, dois albuns da cantora, "Schrei-X live" e "The divine punishment & saint of the pit". Imediatamente os retirei da prateleira para ouvir num ponto de escuta. Lembro-me que mal comecei a ouvir Schrei-X, a minha primeira reacção foi a de uma absoluta estranheza; apesar de adaptar-me facilmente a diferentes e variados géneros musicais e ter uma grande versatilidade nos gostos e interesses musicais, "aquilo" era com toda a segurança, a coisa mais estranha qua já havia escutado até então, sem nenhum paralelismo ou semelhança com outra coisa qualquer no panorama musical até então conhecido. Senti-me assaltado faixa a faixa por um trabalho no mínimo concebido, achava eu, por alguém no limite da demência humana ou que, sendo mais optimista, já havia ultrapassado a barreira da lucidez há muito. Era, sem sombra de dúvida, a produção mais anti-musical que já tinha invadido os meus ouvidos, uma miscelânia de grunhidos cavernosos, gritos lancinantes, sussurros e múrmurios infernais, numa cadência freneticamente desconcertante e perturbadora. The divine punishment, não sendo menos estranho, já aparentava alguma musicalidade mínima embora, se nos abstraíssemos do espaço envolvente, nos sentissemos protagonistas do mais sanguinário ritual satânico de todos os tempos. Ainda me dei conta de um terceiro album, "Vena Cava". A linha de actuação mantinha-se. Perturbador, assustador, horripilante, incomodativo e inaudível eram palavras de ordem no seu trabalho, despertando em mim, uma curiosidade crescente. Neste último album, dei-me conta de que, no meio de tanta adversidade auditiva, uma faixa mostrava uma beleza vocal indescritível, qual Maria Callas numa de suas mais belas árias. A partir daí, tentei saber o mais possível acerca do trabalho desta cantora, tendo descoberto alguns albuns que mostram o seu brilhantismo e outros que creio resultarem de autênticos pactos com o Demo. O meu interesse crescente e insaciável consolidar-se-ia com algo mais palpável um pouco mais tarde, quando assisti a um concerto desta senhora na Casa da Música do Porto, de que nunca me esquecerei.
Brama
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