Estou eu em casa vendo o Prós e Contras desta semana, sobre avaliação de professores e a instituição Escola e algumas opiniões deixam- me quase cego de ódio. Sinto um mau estar no peito há alguns dias que não me deixa respirar devidamente; pressuponho que seja o sistema nervoso ... espero que seja mesmo só isso. Há mesmo muita gente que mais valia estar em casa do que apresentar-se num programa como este (que supostamente presta um serviço público), para opinar sobre matérias que desconhece com ar de portentosa sabedoria e dessa forma, moldar indevidamente a opinião do público ouvinte. Por alguma razão ouvem-se vozes de várias facções "cantando de galo" que os preguiçosos dos professores não querem é ser avaliados quando, sempre o foram (para a divulgação desta indevida informação, bastante tem contribuído a voz do nosso Primeiro-Ministro que não se tem poupado a esforços em denegrir a imagem da classe). Agrava-se o meu mau-estar que me deixou num estado de vigília mais que absoluta.
Para agudizar tudo, Fátima Campos Ferreira transmitiu duas informações de última hora que, espelham bem as consequências de uma maioria absoluta e do clima de temor e ameaça instalado que, remove qualquer hipótese de opinião pessoal:
1º - O professor que no anterior Prós e Contras sobre Educação se pronunciou sobre a sua experiência profissional, tendo referido que foi coagido ou obrigado por um inspector em não dar níveis inferiores a três, veio agora corrigir a sua intervenção, desmentindo o que havia afirmado fazendo-o derivar de um estado de emoção forte durante o programa. De igual forma o inspector visado por tal comentário desmentiu a afirmação proferida ...
( será preciso qualquer comentário ?! ... creio que não!)
2º - Também a afirmação de Mário Nogueira da Fenprof sobre a obrigatoriedade do Estado pagar as horas de substituição ( apresentada no mesmo Prós e Contras), parece não ser bem assim ...
(pois claro ... já os cordelinhos forma bem movimentados para tratar do assunto e fazer valer quem afinal tem a pasta do poder e da avaliação).
Em definitivo este Governo leva a nota mais baixa de sempre da minha existência enquanto cidadão de um país que, mostra claros sinais de retrocesso não apenas económico, social, cultural mas pior, humano. E caminha exactamente no sentido inverso ao do resto da Europa, é um país que definitivamente me envergonha. Se a avaliação vai para a frente ou não, quando e como, não sei, parece-me que ninguém sabe ao certo. Mas uma evidência tenho ... independentemente do rumo que tudo levar e das medidas mais populares que surgirem estrategicamente perto das próximas legislativas, este Governo não terá o meu voto. Espanta-me contudo que, as recentes sondagens continuem a dar uma vitória para o PS com 38% da intenção de voto ... que não é uma maioria absoluta mas, continua a ser uma vitória que não se compreende. Não percebo nem quero perceber ... talvez se chegue à conclusão que não há alternativa governativa mas .... e já se experimentou os partidos mais pequenos? ... será que teremos eternamente de saltitar entre o PS e o PSD? ... ou será isto a clara ilação de que o povo português nutrido de um certo masoquismo, gosta mesmo é de "apanhar" na cabeça? ... será que, numa perspectiva ainda primitiva de conceber o exercício do poder, o povo interpreta o autismo, a cega firmeza, a rude imposição como sinais de uma mais competente e confiável governação? ...
Se assim é ... tenho pena, porque então não me revejo de modo algum nesta postura de conceber as relações de poder e o exercício de estratégia governativa.
Tal como referido no anterior Prós e Contras há um mérito reconhecido a este Governo: tem unido muitos professores como há muito tempo não se via. A provar isso estão por exemplo as inúmeras manifestações de docentes que se têm vindo a observar por todo o território, envolvendo milhares de professores. Amanhã será no Algarve e evidentemente irei lá estar, esperando-se um forte adesão. Sábado será em Lisboa e ... vou lá estar. Segundo informações sindicais, até ao momento estão inscritos para deslocações de autocarro, para cima de 45 000 professores o que é sensivelemente 1/3 dos docentes deste país (rondam os 150 000). Se adicionarmos os que se deslocarão sem estar inscritos (todos os que irão de outros modos e os que, residindo na área de Lisboa, seguramente muitos, não necessitarão de dar o seu nome para deslocação), pressuponho que serão muitos mais. Estes valores mostram bem o estado de desânimo e revolta dos professores que, sinto crescerem diariamente. Agora não se pode mais voltar atrás, com ou sem resultados práticos à posteriori ... esta demonstração de desagrado terá de forçosamente produzir efeitos visíveis.
Eu estarei lá.
Brama
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.
. Crato no "Mundo Perdido" ...
. Crato no "Mundo Perdido" ...
. Crato no "Mundo Perdido" ...
. Sem "papas na língua", co...
. Que seria de nós sem um G...
. Como estamos em Ditadura ...
. É assim que Shanghai pens...
. Só para relaxar um pouco ...
. Mulher que mata qualquer ...
. She give me money ... whe...
. Inté