Contrariamente às críticas não muito abonatórias para com o mais recente filme de Fernando Meirelles, realizador de "Cidade de Deus" e "O Fiel Jardineiro", eu gostei bastante e a minha avaliação é muito positiva. Tal como no romance "Ensaio sobre a Cegueira" de José Saramago, no qual o filme se baseia, senti do princípio ao fim, um nervoso miudinho, uma tensão constante e um nó na garganta. Evidentemente que um filme tem sempre uma certa dificuldade em transmitir, em alguns minutos, todas as sensações de que um livro é capaz. No entanto este filme fê-lo bastante bem, é tocante, sufocante, frio por vezes, extremamente emotivo noutros momentos, muito forte e realista, com cenários espectaculares, com momentos de extraordinária beleza, enternecedor e revoltante e com excelentes interpretações de vários actores. Mais do que o tema da Cegueira, usada aqui como pretexto metafórico para enaltecer algo de muito mais elevado na abordagem às sociedades humanas e às diferentes dimensões e prioridades em termos dos seus valores e preocupações, este filme tem a capacidade de expôr o pior e o melhor do ser humano, numa eventual situação limite em que seja necessário pôr à prova aquilo de que o Homem é capaz para sobreviver. Há várias cenas neste filme que considerei belíssimas e de que não me esquecerei.
Brama
A bela Julianne Moore que, neste filme, faz-me tanto lembrar Ela (isto é, a Madonna)
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