Domingo, 16 de Novembro de 2008

Blindness

 

Contrariamente às críticas não muito abonatórias para com o mais recente filme de Fernando Meirelles, realizador de "Cidade de Deus" e "O Fiel Jardineiro", eu gostei bastante e a minha avaliação é muito positiva. Tal como no romance "Ensaio sobre a Cegueira" de José Saramago, no qual o filme se baseia, senti do princípio ao fim, um nervoso miudinho, uma tensão constante e um nó na garganta. Evidentemente que um filme tem sempre uma certa dificuldade em transmitir, em alguns minutos, todas as sensações de que um livro é capaz. No entanto este filme fê-lo bastante bem, é tocante, sufocante, frio por vezes, extremamente emotivo noutros momentos, muito forte e realista, com cenários espectaculares, com momentos de extraordinária beleza, enternecedor e revoltante e com excelentes interpretações de vários actores. Mais do que o tema da Cegueira, usada aqui como pretexto metafórico para enaltecer algo de muito mais elevado na abordagem às sociedades humanas e às diferentes dimensões e prioridades em termos dos seus valores e preocupações, este filme tem a capacidade de expôr o pior e o melhor do ser humano, numa eventual situação limite em que seja necessário pôr à prova aquilo de que o Homem é capaz para sobreviver. Há várias cenas neste filme que considerei belíssimas e de que não me esquecerei.

 

                                                                                                                                                         Brama

 

A bela Julianne Moore que, neste filme, faz-me tanto lembrar Ela (isto é, a Madonna)

 

 


publicado por Brama às 01:45
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3 comentários:
De pinguim a 16 de Novembro de 2008 às 08:46
Eu desconfio sempre das criticas, tanto das boas, como das más...
E neste caso, há a Julianne Moore, que está acima de qualquer crítica.
Abraço.


De Graduated_Fool a 17 de Novembro de 2008 às 12:02
Para mim o filme é redutor, acima de tudo isso. Não tem a mesma escala do livro, a horrível grandiosidade do livro.
As texturas são muito interessantes, o branco leite marca muito as sensações, a beleza etérea da Julianne vale sempre a pena, os outros actores também vão bem, o argumento é o que é mas nem de longe o filme me transmitiu o que o livro conseguiu, não mesmo. Ao ler senti-me revoltado, agoniado, agonizado, enojado, envolto numa tristeza imensa... tudo de forma muito aguda, no filme não, não senti tudo isto intensamente. Vi o filme sem grandes sentimentos fortes a aflorar em mim, confesso e tenho pena que assim tenha sido. Queria ter sentido mais, bem mais. Queria ter saído triste, arrasado, revoltado, tantas coisas... como quando li o livro. E não foi o que aconteceu.
Até mesmo a cena em que as mulheres se entregam aos homens não tem nem metade do muito que o livro tem, mesmo porque nessa cena, como noutras, achei a banda sonora absurda e desadequada ao ponto daquilo parecer quase uma brincadeirinha. Entendo o objectivo da alternativa banda sonora, muito à base de sons simples, muito simples, mas em várias cenas a música funciona muito mal. Nem sempre tentar fazer algo diferente ajuda.
O livro é extraordinário e devia ser obrigatório, o filme não acho que seja.
Nem a relação marido e mulher me moveu como no livro. Fica-me o branco, o desfocado, o negro aqui e ali e a luz da Julianne Moore.


De DyDa/Flordeliz a 19 de Novembro de 2008 às 12:22
Comecei pelo livro e estou a adorar (da leitura entenda-se).
Tenho curiosidade em ver o filme (muita).
Quanto ao realizador vi o Fiel Jardineiro um filme que já revi e adorei.
Beijinho sem omoletes de avestruz


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