Se a semana em Londres foi extraordinária, esta em Sanliurfa não o foi menos ... aliás para mim ainda superou. Tudo foi excelente, desde a organização, à recepção por parte dos colegas, a sua simpatia, cordialidade e incansável disponibilidade, à recepção por parte dos alunos da Escola participante, aos lugares visitados, à simpatia e atenção no atendimento ... tudo menos os vendedores dos bazares ou de rua que, por vezes chateiam-nos a paciência até à exaustão. As experiências partilhadas e os momentos vividos foram tantos e tão intensos que nenhum texto por si só será capaz de transmitir a quinta parte do que vivemos, sentimos, trocámos.
Chegados ao Güney Anadolu Projesi (Aeroporto de Sanliurfa), após cerca de 2 horas de voo desde Istanbul, apercebemo-nos de um frio cortante e seco em ambiente totalmente desértico.
Após recolhermos as malas da passadeira, verificámos que lá fora os nossos colegas turcos nos esperavam, rigorosamente vestidos, entre os quais o presidente do executivo (müdür). Com a frota automóvel que nos esperava, o rigor das indumentárias e um horizonte de areia e cascalho a perder de vista, senti-me protagonista de um thriller que envolvesse altos esquemas de interesses económicos com o negócio do ouro negro. Fizemos cerca de 30 kms em terra de ninguém, onde não me recordo de ver uma única árvore, por pequena que fosse e imaginei o quão desagradável seria fazer aquele caminho batido pelo escaldante Sol de Agosto.
Assim chegámos à Cidade dos Profetas, Sanliurfa ou Urfa, uma das cidades mais antigas do planeta, berço do Profeta Abraão, com o seu milhão e meio de habitantes, no meio do nada.
Até à chegada ao Hotel Harran (um dos melhores da cidade), não consegui descolar os olhos nem por um segundo das ruas, avenidas e praças que cruzámos, apercebendo-me do extremo contraste face à nossa ocidental realidade. A única semelhança foi a de que observei pessoas no seu buliço diário, ruas, automóveis, praças, escassos espaços verdes, edifícios, semáforos, viaturas, embora tudo com um aspecto absolutamente distinto do nosso. As pessoas de ar envelhecido e enegrecido, de cabeça frequentemente coberta (homens e mulheres) observam-nos com estranheza e curiosidade, edifícios de tons acastanhados e amarelados, quase sempre tapados de cartazes publicitários e anúncios com letras garrafais, aqui e ali uma mesquita com as suas cúpulas e minaretes lembrando-nos a todo o momento que estamos bem longe de casa e ali, o islamismo tem uma palavra a dizer. Urfa tem uma mistura explosiva sendo que a maioria da população é curda, gerando-se por vezes alguma turbulência com os turcos.
Nesse mesmo dia visitámos os principais pontos de interesse turístico da cidade. Convém referir que logo no primeiro dia, eu e o grupo húngaro nos perdemos do resto do grupo, pois ficámos para trás a conversar e … quando demos por ela, estávamos perdidos no meio da absurda confusão do principal bazar da cidade. Nós e as nossas máquinas fotográficas, vestidos pelo pai europeu chamado Capitalismo, sentimo-nos subitamente assaltados por viscerais olhares da comerciante populaça que, cobrindo a cabeça com os curdos “pusi” e vestindo as típicas “salvar”, aqui batiam em pratos de cobre e alumínio, ali costuravam em velhotas máquinas de costura, num cenário que apenas imaginava existir em vinhetas ilustrativas da Idade Média, impressas em antigos compêndios de História. Não me consigo esquecer que as únicas coisas com um ar minimamente colorido naquela praceta interior dominada pelos cobres, ocres castanhos e dourados, éramos nós mesmos.
Nesse dia visitámos o Balikli Göl, o lago sagrado de Abraão repleto das igualmente sagradas carpas, peixes que é proibido tocar. Visitámos Urfa Kalesi, o ponto mais alto da cidade, Mevlid-i Halil Mosque, talvez a mesquita mais importante, Gümrük Hani entre outros pontos e acabámos por voltar aos Kazaz Pazar (bazares).
(Imagens retiradas da Internet)
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