Desde o primeiro momento que a combinação Galás - Sevilla me pareceu desajustada, o que se veio tornar efectivo no tipo de reportório musical seleccionado para o concerto que deu abertura, no fabuloso e romântico Teatro Lope de Vega, ao Festival Internacional Palabra y Música "Spoken Word".
A Diva Negra entrou relativamente animada e a boa-disposição passou várias vezes nas nuances interpretativas que deu em várias músicas. Com um previsível simples vestido preto, com que nunca se comprometeu, usou e abusou bastante da voz logo no início do concerto, cansou até mais não os hispânicos ouvidos, habituados naquelas paragens ao festivo colorido das sevillanas e ao som das castanholas. A partir daí, houve apenas mais dois ou três momentos altos porque a tónica foi o uso de composições auditivamente acessíveis e até bastante serenas, tornando o concerto apropriado aos menos amantes do género da cantora, que poderiam desta forma concentrar-se apenas no seu prodigioso aparelho vocal. Os italianos que estavam à nossa direita deliraram com "Supplica a mia Madre" de Pier Paolo Pasolini e os espanhóis entraram em erupção com "Si la muerte ..." de Miguel Huezo Mixco e "Epístola a los Transeúntes", esta do álbum Defixiones, em que a cantora cospe no final, ruidosa e repetidamente, "No es grato morir Señor, si en la vida nada se deja si en la muerte nada es posible, sino sobre lo que se deja en la vida!", deixando a sevilhanada em puro êxtase. Pela primeira vez vi-a falar com o público ... disse na sua voz cavernosa e rouca: "Estoy muy feliz por estar en Sevilla que es la ciudad de mis ... de mis ... I can't remember the word ...", esfregando a testa e dando duas fortes cacetadas no piano ... " ... de mis FUCKING DREAMS" ... rindo-se em seguida, assim como o público. Insistiu em saber a palavra e como aquela espanholada parecia inerte, tive de ser eu a dizer "Sueños" ao que agradeceu com um "Grazie" em vez de "Gracias".
Houve alguns momentos entusiasmantes, entre os quais uma deliciosa composição ao piano cantanda em alemão e o fantástico tema "Ain´t no Grave Can Hold My Body Down", numa versão tão bem disposta quanto enlouquecedora.
Dentro da calma e complacência ainda tivemos "Les Amours Perdues" e "Haven Have Mercy". No final encerra com "Gloomy Sunday", na melhor versão possível.
Dos três concertos que vi, este foi, sem dúvida, o menos sério e menos representativo do estilo a que a Diamanda nos habitou. Adorei, mas adorei menos que os anteriores (Porto e Lisboa).
Já não a voltarei a ver, a não ser a Ópera Nekropolis, em que está actualmente a trabalhar.
Brama
"La volcánica cantante-pianista Diamanda Galás es la oscura reina de la técnica vocal ampliada, poseedora de una voz estridente con octavas múltiples, impresionantes y aterradoras en su intensidad y variedad. Su voz y su igualmente formidable golpe de piano son emocionantes en su invención y en su desacarado desprecio cargado de burla hacia las restricciones del género musical"
John Payne, Los Angeles Weekly.
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