Abriu os olhos com alguma dificuldade e foi acordando a pouco e pouco de um estranho sono, uma espécie de sono quase doentio. Sentiu uma fortíssima dor de cabeça e ... ao tentar mover-se, percebeu que não lhe era possível. Insistiu em erguer a cabeça, mas viu-se impossibilitado do mais pequeno movimento. Só podia ver o tecto, um tecto que não lhe era familiar, em madeira tosca e com uns pregos algo enferrujados. Posteriormente tentou mover as mãos mas, sentiu uma dor lancinante ao tentar mexer-se, uma espécie de lâmina que insistia contra um dos braços ... um dos braços?! ... de facto, sentia apenas um dos braços. E o outro? ... não sentiu um dos membros superiores ... provavelmente estaria adormecido devido àquele sono profundo e a pouco e pouco viria a si. Tentou olhar para o lado direito para ver o seu membro, mas sentiu uma dor tão forte no crânio que não voltou a tentar. Algo lhe estava a esmagar o crânio e o apertava de modo indelével, causando-lhe uma dor insuportável. Não compreendeu o que se estaria a passar, nem conseguiu situar-se no tempo e no espaço. Onde estaria? ... que horas seriam? ... seria tarde, noite?! ... e de que dia? ... havia perdido completamente a noção do tempo e do espaço e isso deixou-o apavorado. Não podendo mover-se daquele local sentiu-se indefeso e à mercê de algo que não compreendia. Agora tentava mover os membros inferiores e ... mais uma vez, percebeu que não conseguia. Entrou em pânico e tentou mover os pés e as pernas bruscamente. Ao fazê-lo deu um grito surdo de dor ... uma dor indescritível. Sentira uma lâmina metálica cravar-se mais intensamente no calcanhar. Foi aí que entendeu que algo verdadeiramente estranho e de errado se estaria a passar. Apesar de não conseguir mover a cabeça e ver algo mais, além do tecto, apercebeu-se de que não poderia forçar as pernas a movimentar-se um só milímetro. Tinha as pernas amarradas com algo que não conseguiu definir, mas assentes em lâminas que as cortavam em vários pontos. Entrou em pânico e começou a transpirar. Sentiu-se inerte, preso àquela mesa, cama, marquesa ... qualquer coisa, ele não sabia exactamente o quê. Molhou nervosamente os lábios e foi aí que se apercebeu de um gosto estranho. Tinha a boca seca e a língua áspera, sentiu um gosto a ferrugem nos lábios. Seria sangue?! ... sim, era sangue. Mas sangue?! ... porquê? ... que lhe teria acontecido? ... que se estaria a passar? ... talvez tivesse tido um acidente de viação ... é isso, tinha sofrido um aparatoso acidente e encontrava-se num hospital. Por segundos acalmou mas depois pensou que não faria qualquer sentido. Um hospital não tinha aquele aspecto sombrio e os hospitais não têm tectos em madeira. Não, hospital não era. E sentiu lâminas nas pernas e nos pés. Claro que não estava num hospital, que disparate. Ficou naquela posição algum tempo e já estava a sentir-se gelado, sentiu o corpo desnudo completamente frio e isso desconfortou-o. Também sentiu sede, muita sede, voltou a molhar os lábios mas apenas sentia aquele sabor a sangue, meio acre, meio adocicado. Apoderou-se de si uma inquietação total, uma raiva e irritação descontroladas, uma angústia desmedida, uma mistura de sensações díspares. Queria respostas, queria saber o que se estava a passar consigo. A pouco e pouco sentiu uma luz ténue invadir aquele espaço, uma luz que a pouco e pouco ia dando alguma claridade a toda a área circundante. Perscrutou alguma esperança. Naquela posição, só conseguia mesmo ver o tecto, um tecto castanho, em madeira escurecida e com alguma humidade, que agora ia ganhando a pouco e pouco definição. Já conseguia visualizar os veios da madeira e ... o que seria aquilo?! ... parecia algo inscrito num tom avermelhado e com uns borrões. Piscou os olhos e tentou visualizar com mais pormenor, à medida que todo o espaço se invadia de luz. Depois conseguiu perceber o que lá estava. Finalmente conseguiu ler:
" Eu avisei-te que perdoaria tudo menos a traição. ADEUS!"
Brama
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