(Imagem retirada da Internet)
Levantei-me até relativamente cedo, parece que começo a pôr os meus sonos em ordem, apesar de andar a dormir uma média de 3 a 4 horas diárias ... ai! de tarde e depois do almoço é que me bate forte e feio, nem sinto os pés no chão ...
Voltemos ao início, levantei-me, vesti-me e dirigi-me a um pequeno supermercado, que fica mesmo atrás da urbanização, comprar dois papossecos para comer com o café da manhã. Aproveito e levo dois ou três sacos do lixo ... parece incrível a quantidade de lixo que uma só pessoa pode produzir hoje em dia, três sacos de dois ou três dias apenas de um ser humano no planeta Terra, entre sete mil milhões que diariamente produzem as suas quantidades de lixo ... para onde irá todo este lixo?! é que parece-me assustadoramente grande a quantidade ...
Voltemos ao início ... que irritação psicológica, será que não consigo expôr um acontecimento sem ter de de fazer mil ramificações em cada frase que digo ...ou escrevo, neste caso.
Lá vou eu deitar o lixo no contentor, mas como ainda ia meio a dormir meio acordado, só depois me dei conta que havia colocado os plásticos no sítio dos papéis e cartões no sítio dos plásticos ... pronto, quero lá saber, ainda me preocupei em separar e afinal, segundo parece, depois juntam tudo a provar mais uma vez a boa gestão que existe nestes processos. Dirigi-me por fim ao supermercadozinho, entrei, apercebi-me que já não havia pão, que chatice, agora que eu já estava a imaginar o saborear do pão quentinho com a manteiga derretida e uma caneca de café delta ... bahhh!
Perguntei à proprietária do estabelecimento se já não tinha pão, encontrando-se esta na caixa falando com duas idosas, daquelas senhoras reformadas sabem?! ... com muitos tremeliques, provavelmente viúvas e muito sós, com os filhos e netos na azáfama das urbes congestionadas, com ritmos de vida que já não lhes deixa espaço para falar ou ouvir os antepassados ... entregues à solidão dos dias ... e cujo momentos alto é uma ida ao supermercado, para desabafar todas as suas maleitas, o rol de medicamentos receitados pelo médico, a insuficiência da reforma para pagar os mesmos, as consultas que com sorte ainda existirão neste ano ...
A senhora respondeu-me, com a simpatia que a caracteriza (isto não é uma ironia ... esta senhora é simpática por incrível que pareça), que já não tinha quase nada porque no fim do mês fecharia o estabelecimento. Pronto ... lá me resignei, que remédio. Avistei no expositor dos legumes e frutas as tais ameixas que costumava comprar ali, a 1,90 euros o kg. Sim ... são caras, mas já há muitos e muitos anos que não comia umas ameixas tão maravilhosas, daquelas grandes, vermelhas por fora, alaranjadas por dentro, que sabem incrivelmente a ameixas, carnudas e polposas ... costumava comprá-las ali, eram óptimas e enormes. Tirei um saco e com firmeza dirigi-me às ameixas ... eram já poucas e mais pequenas, mal as remexi, mil minúsculos seres voadores se ergueram, escondidos nos espaços entre as ameixas ... estavam moles ainda por cima ... que merda, pensei eu. de saco na mão e olhando em redor, senti-me desconfortável. Ainda pensei, vou colocar o saco e vou-me embora ... mas achei que seria feio da minha parte fazê-lo, sobretudo porque em alguns momentos senti a atenção daquela senhora calma e simpática e ... com muita probabilidade, já não voltaria àquele estabelecimento. Que parvo que sou, não há problema nenhum em não levar nada, que parvoíce tamanha. Bem, olhei em redor e ponderei o que poderia necessitar, os legumes raquíticos, as frutas miseráveis, mas estavam lá uns limõezinhos com bom aspecto ... e limões são daquelas coisas que demoram a degradar-se e dão sempre jeito para uma salada, pôr numa carne ... pronto decidi-me e coloquei dois daqueles limões no saco ...
No momento do pagamento, eram alguns cêntimos e eu, abrindo prontamente a carteira verifiquei que nem um cêntimo tinha ..dispunha de uma singela nota de 10 euros ... digo singela, porque hoje em dia com 10 euros o que é que se compra?! nada ... só um conjunto de quatro ou cinco lâminas de barbear é quase esse preço ...
Puxei da nota de 10 euros para pagar e a senhora, que não tinha troco disse-me que podia levar os limões que eram oferta sua. Fiquei um pouco embaraçado e não aceitei, deixando os limões na caixa e dirigindo-me para a saída. A senhora insisitiu e vi nos seus olhos que fazia mesmo questão que os levasse ... também eram só dois limões ...
Atendi à insistência, mas não me senti confortável, afinal as duas velhotas também se quedaram a observar-me e naquelas duas cabecinhas senis, não sei que ideias pairavam ...
E pronto, não comi pão, que afinal até engorda e trouxe dois limanitos para casa ...
Brama
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