B: _ É como a estória do tal papagaio azul que fizeste nas aulas de artes decorativas, nunca o tiraste da entrada da cozinha, mesmo quando por várias vezes, algum de nós ia ficando sem um olho nos bicos de ferro do papagaio.
M: _ Não, comprei-o. Num latoeiro internacionalmente conhecido, com um estaminé montado do outro lado de Tavira, com uma parede cheia de recortes de jornais, com as fotografias dele e dos papagaios de lata, era um latoeiro.
Continua no mesmo sítio.
B: _???? No mesmo sítio?
M: _ Sim!...No mesmo sítio… na entrada da cozinha.
B: _ Como assim? Vocês já lá não vivem.
M: _ É lá o sítio dele. Na entrada da cozinha. Quando o vi na loja, comprei-o porque ia ficar bem na entrada da cozinha, por ser azul. (é um pormenor que faz toda a diferença!)
B: _ Não me vais dizer que compraste o papagaio para o deixar lá, nessa casa, não?!
M: _ Sim, deixei-o lá ficar, é lá o sítio dele.
B: _ Fantástico, foste gastar dinheiro no papagaio para o deixares pendurado na entrada da cozinha.
M: _ Foi por causa disso que o comprei, para o pendurar na porta da cozinha, por isso é lá o sítio dele. Eu venho-me embora, mas ele fica lá.
B: _ Se calhar esqueceste-te e tentas agora justificar de alguma forma.
M: _ Nã, nã, nada disso, comprei-o mesmo para o pôr naquele sítio, não fazia sentido tirá-lo para o levar para outro sítio.
B: _ Mas isso é muito estranho. Como deverás convir, o mais certo é que, quem para lá foi, já o tenha tirado daquele sítio pelo menos, até porque, como percebeste, não era muito prático desviarmo-nos cada vez que tínhamos de entrar na cozinha.
M: _ Eu acho que era natural desviarmo-nos, se o papagaio estava centrado a meio da entrada, ainda havia o lado direito e o lado esquerdo perfeitamente livres para poderem passar. Só tinham de se desviar.
B: _ E como vais saber que, quem para lá foi não o tirou do sítio que lhe tinhas atribuído?
M: _ Não vou, mas já não é responsabilidade minha.
B: _ Pois, não sei se isso faz muito sentido, afinal gastaste o dinheiro no papagaio porque supostamente gostavas dele e queria-lo para ti.
M: _ E gosto, mas não significa que tenha de andar com ele a passear de um lado para o outro. Comprei-o para o pôr ali e pu-lo, vim-me embora e ele ficou. A partir daí é livre.
B: _ Não deixa de ser uma teoria curiosa, mas o papagaio não tem vontade própria, é de ferro?! Ninguém te garante que ele continuará lá.
M: _ Não, não me garante, mas deveria lá ficar, porque é lá o sítio dele.
Brama e Mar
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