Sábado, 24 de Novembro de 2007

E como um mal nunca vem só ...

Como se não bastasse a miséria humana em que se encontram as vítimas do ciclone no Bangladesh, eis que agora para reforçar o mau-estar daquelas e perante o desespero da fome, várias pessoas caíram de uma ponte quando em massa, correram em direcção a um centro de apoio que lhes oferecia arroz. A ponte colapsou, segundo as autoridades porque a tal instituição responsável pela oferta de alimento, não avisou das suas intenções, não sendo possível controlar a massa de gente que, esfaimada provocou a queda da estrutura que não suportou o peso de tanta gente. Parece que Deus se tem esquecido de muita gente de facto. Quando agradecerem a Deus a sorte que têm, é bom que se lembrem do pretensiosismo que isso implica ... a vossa vida não tem mais valor efectivo que a de qualquer outro.

 

                                                                                                                                   Brama

 

música: Jing Ying Soloists - Like waves against the sand

publicado por Brama às 14:23
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5 comentários:
De The Tales Maker a 24 de Novembro de 2007 às 16:03
Sim, lamentavelmente foi uma mão cheia de desgraças para estes pobres coitados. Depois de terem escapado a uma, viram-se metidos em outra.
:(


De Brama a 25 de Novembro de 2007 às 01:19
É a tal coisa ... parece que um mal atrai sempre outros ...


De paulo a 25 de Novembro de 2007 às 00:48
Brama, não tinha ouvido a desgraça (chama-se falta de tempo e paciência para televisão e desgraças!). Não sei se diga "que cena", mas custa-me pensar nestas pessoas sem nada além de infortúnio atrás de infortúnio. A propósito do valor da vida, no 10º, a minha professora de introdução ao jornalismo falou-nos de uma coisa a que chamou "a lei do morto por quilómetro", nunca mais me esqueci, mas parece que é mesmo assim: quanto mais afastada (física ou emocionalmente) for a desgraça menos impacto tem em nós. A mim, todas as mortes me custam (quer dizer, nem todas...), estas então chocam-me. Espero que haja um paraíso muito grande à espera delas (do tipo "testemunhas de Jeová").
Um grande abraço!


De Brama a 25 de Novembro de 2007 às 01:18
Paulo, percebo perfeitamente o que queres dizer, também tenho sentido a mesma falta de tempo para tudo o que me dá prazer. Compreendo essa "lei do morto por quilómetro", de que te falou a tua professora de jornalismo e até penso e concordo que a mesma é real. No entanto, se pensarmos bem e nos imaginarmos no local, a muitos quilómetros daqui, convenhamos que não nos seria indiferente a miséria humana daquela gente. É um facto que não conheço nenhum dos afectados e que estão todos muito distantes e que não me compete salvar os males do mundo, mas não deixa de me fazer muita confusão o facto de exisitirem pessoas que nunca chegaram ou chegarão a ter o seu momento de paz, de alguma, mesmo que pouca, qualidade de vida ...
Abraços


De Graduated Fool a 25 de Novembro de 2007 às 05:42
Deus? Enfim... Quem nele acredita, nos moldes em que a maioria acredita, arranjará, certamente, uma explicação para isto, seja ela qual for. Nem que seja a velha frase gasta: "Deus assim o quis" e fica o assunto encerrado, sem que se pense muito nele. É tristemente típico da religião católica, por exemplo. Deus quis e pronto, a explicação, a reflexão, não interessam.

O Deus em que eu acredito (posso chamá-lo de outra coisa qualquer), não é este por tantas religiões aceite. Não é assim que o vejo, o sinto, o entendo.
De qualquer forma, quem neste Deus, a que te referes, acredita, quando lhe agradece a sorte que tem, se pensar que a sua vida não tem mais valor efectivo que a de outros, então tem mesmo é que agradecer a sua sorte. A sorte que estes desgraçados não conhecem.
É perante desgraças terríficas como esta que, com ou sem pretensiosismos, se deve mesmo, talvez, agradecer não passarmos por tais situações calamitosas.



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