Provocação, ousadia, transgressão e irreverência foram traços evidentes na sua conduta pessoal e profissional, na sua vida tão curta. Mais um desenquadrado no tempo e no espaço. António Rodrigues Ribeiro, mais conhecido por António Variações, nascido a 3 de Dezembro de 1944, tendo falecido a 13 de junho de 1984, foi conhecido sobretudo como cantor e compositor na década de 80. Desde muito cedo procurou a sua independência, tendo ido com apenas 12 anos para Lisboa, onde trabalhou como escriturário; cumpriu serviço militar em Angola e posteriormente partiu para Londres e Amesterdão. As experiências vividas lá fora deram-lhe uma nova visão da realidade que, contra os brandos e supostos "bons" costumes da modéstia nacional, tentou impor. Em 1977 abre em Lisboa, o primeiro cabeleireiro unissexo e começa a dar que falar pela forma algo vanguardista e até bizarra para a época, com que começara a vestir-se. Desde o seu surgimento no programa O Passeio dos Alegres de Júlio Isidro, dado o seu estilo muito próprio, depressa ganhou fama. O seu primeiro single é editado em 1981 com o tema Povo que lavas no rio de Amália Rodrigues, desde sempre sua máxima referência. De seguida lança o primeiro LP, Anjo da Guarda, só com temas de sua autoria, sendo de destacar os êxitos É p'ra amanhã e O Corpo é que Paga. Quando em 1984 o seu segundo trabalho Dar e Receber é editado, já António Variações se encontrava internado, ao que parece com um problema brônquico-asmático. A 13 de junho do mesmo ano morre, vítima de uma broncopneumonia, provavelmente resultante da SIDA, especulando-se a partir de então ter sido a primeira figura pública nacional a falecer, vítima da doença.
Brama
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.
. O Corpo é que Paga ... e ...