Avaliação dos professores
Opinião de uma advogada
Já que muitos jornalistas e comentadores defendem e compreendem o
modelo proposto para a avaliação dos docentes, estranho que, por
analogia, não o apliquem a outras profissões (médicos, enfermeiros,
juízes, etc.).
Se é suposto compreenderem o que está em causa e as virtualidades
deste modelo, vamos imaginar a sua aplicação a uma outra profissão, os
médicos.
A carreira seria dividida em duas:
Médico titular (a que apenas um terço dos profissionais poderia
aspirar) e Médico.
A avaliação seria feita pelos pares e pelo director de serviços.
Assim, o médico titular teria de assistir a três sessões de consultas,
por ano, dos seus subordinados, verificar o diagnóstico, tratamento e
prescrição de todos os pacientes observados. Avaliaria também um
portefólio com o registo de todos os doentes a cargo do médico a
avaliar, com todos os planos de acção, tratamentos e respectiva
análise relativa aos pacientes.
O médico teria de estabelecer, anualmente os seus objectivos: doentes
a tratar, a curar, etc.
A morte de qualquer paciente, ainda que por razões alheias à acção
médica, seria penalizadora para o clínico, bem como todos os casos de
insucesso na cura, ainda que grande parte dos doentes sofresse de
doença incurável, ou terminal. Seriam avaliados da mesma forma todos
os clínicos, quer a sua especialidade fosse oncologia, nefrologia ou
cirurgia estética...
Poder-se-ia estabelecer a analogia completa, mas penso que os nossos
'especialistas' na área da educação não terão dificuldade em levar o
exercício até ao fim.
A questão é saber se consideram aceitável o modelo?
Caso a resposta seja afirmativa, então porque não aplicar o mesmo, tão
virtuoso, a todas as profissões?
Será???!!!
Já agora...
Poderiam começar a 'experiência' pela Assembleia da República e pelos
(des)governantes...
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