Domingo, 10 de Maio de 2009

Post Prioritário

Se isto não for suficiente para dizermos basta, já não sei o que será preciso mais, para abrirmos os olhos de uma vez por todas.
 
 
 
 Assunto: TODOS os Professores passam a regime de contratados
 
 
 

1. O Governo de Sócrates escolheu como alvo os funcionários públicos. Face à resistência dos médicos, um dos cinco maiores grupos profissionais a trabalhar para o Estado, optou por seleccionar os professores como bodes expiatórios do défice público e dos males da sociedade. A escolha dos professores obedeceu a três critérios: os professores são mais fracos do que os médicos, são o maior grupo profissional do país e podem ser mais facilmente apontados como os culpados da falta de qualificações dos portugueses. E essa acusação agrada a muita gente. É como deitar fogo a uma casa e chamar os bombeiros e acusar de desleixo o proprietário da casa. Sócrates e o resto da elite política que os acompanha sofre da síndrome do incendiário que chama os bombeiros.

 

 Professores com contrato a tempo Indeterminado ( in blog Prof avaliação)

 2. Não havia necessidade de desestabilizar ainda mais a vida de 140 mil professores mas o Governo do PS não se contentou com menos. No seu afã modernista, quis mostrar aos professores o verdadeiro significado das mudanças permanentes. Julgavam que o vínculo laboral lhes trazia segurança? Enganaram-se.

Com a Lei 12-A/2008, todos os professores dos quadros escola (QE) e de zona pedagógica  transitam para contratos por tempo indeterminado

 

 

 

3.O que é que isto quer dizer?

- Quer dizer que podem ser dispensados sempre que o posto de trabalho termine.

- Por exemplo, uma escola que fecha ou um curso que desaparece.

- A partir de agora ninguém pode sentir-se seguro.

- Os directores têm poderes para distribuir o serviço e todos sabem o que isso pode significar.

- De repente, um professor mais incómodo não cabe nos mapas anuais de pessoal (artigos 5º e 6º da Lei 12-A/2008).

- Se a crise económica se agravar, o ministro das finanças e o ministro da educação podem muito bem querer "desfazer-se" de uns milhares de professores com o sólido argumento do combate à crise. E podem enviar esses professores para a mobilidade especial (alínea 8 do artigo 6º da Lei 12-/2008). E o professor, que dantes era do quadro de escola ou agrupamento, vê-se, de súbito, em casa com um corte de 30 ou 40% do vencimento.

 

4. A Lei 12-A/2008  refere que, entre as condições necessárias para a cessação do vínculo (vulgo, despedimento), figuram a extinção do posto de trabalhoindisponibilidade orçamental, integração no regime de mobilidade especial (caso não obtenha nova colocação no prazo de um ano) e inadaptação (o não cumprimento de objectivos, é uma das situações constantes da Lei n.º59/2008 ). 

 

5. E não se diga que os professores com contrato por tempo indeterminado conservam a segurança no trabalho. O ponto 3 do artigo 33º da Lei 12-A/2009 é explícito quanto a isso: "3 - Quando o contrato por tempo indeterminado deva cessar por despedimento colectivo ou por despedimento por extinção do posto de trabalho, a identificação dos trabalhadores relativamente aos quais tal cessação deva produzir efeitos opera-se por aplicação dos procedimentos previstos na lei em caso de reorganização de serviços".

 

6. É por tudo isto que eu digo:

Se houver um só professor que seja a votar no partido que aprovou estas leis é louco, burro ou masoquista.

 

(informação recebida por e-mail, de suma importância para figurar num blog assumidamente contra as medidas psicóticas deste Governo)


publicado por Brama às 12:32
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Sexta-feira, 3 de Abril de 2009

O Governo do Desgoverno

 

Grande Ana Drago.

 

Felizmente que no meio da podridão há sempre uma maçã mais sã ... nem que seja apenas uma.


publicado por Brama às 00:10
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Quarta-feira, 25 de Março de 2009

Política Educativa da Fachada e dos Números

Que engraçado, ia mesmo agora escrever um textozinho elucidativo de mais alguns pormenores demonstrativos de como este Governo e este Ministério da Educação em concreto, não olham a meios para atingir os fins. Este Governo é um cancro nacional e a sua actuação é, acima de tudo, anti-democrática, anti-pedagógica e propensa a toda a forma de destruição da Escola Pública, de insucesso escolar efectivo dos alunos, de destruição do ambiente de trabalho entre os professores. Este é o Governo da invasão da opinião pública (com informação falsa), da propaganda despudorada, apenas preocupado com resultados, números, números ... como é referido por Santana Castilho no próximo vídeo. É o Governo da mentira da farsa, das medidas falaciosas.

 

Estes governantes são uns parasitas do nosso sistema de ensino.

 

Entretanto este vídeo toca em vários aspectos sensíveis, entre os quais a questão dos alunos transitarem sem saber, por causa das percentagens de sucesso e dos números que o Governo quer, a questão das Novas Oportunidades e da farsa que representam.

 

NOTA: A minha escola deve ser um achado a nível nacional, de como as Novas Oportunidades estão a funcionar com seriedade, brio e alguns critérios de exigência dentro daquilo que é o espírito das Novas Oportunidades. Mas é um caso perdido e certamente pouco comparável com a imensidão de centros por esse país fora, que estão a funcionar de forma desastrosa e certificam os candidatos por pouco mais que a sua existência enquanto pessoas e a inscrição ... pronto, mais algumas coisas, uma autobiografia de 3 ou 4 páginas e uns certificados perdidos pelo meio. Têm objectivamente menos trabalho e validam competências com maior rapidez e claro está ... candidatos e candidatos imediatamente validados, reconhecidos e certificados ... para alimentar a máquina estatística do Ministério.

Até certificar aquilo que são as aprendizagens de vida com base nas experiências pessoais, profissionais e outras, pode traduzir-se num trabalho sério e com fundamento, se for feito com transparência, rigor e empenho e reconhecer efectivamente a alguns, repito, alguns candidatos, a possibilidade de completar o secundário sem qualquer vergonha pelo processo adoptado. Existem de facto alguns candidatos que dispõem de muitas competências em várias áreas ... mas são só alguns. O Ministério quer todos, claro ... como irá justificar que a sua ideia foi mega-bem sucedida se não se cumprirem as metas que traçou ... interessam os fins, não os meios. E lá está ... qualidade é para este Ministério, sinónimo de perder algum tempo e condiciona a rápida certificação e o rápido crescimento de números e mais números de candidatos certificados. Assim, os centros que estão a funcionar bem são, para o Ministério, os que funcionam mal. É a produção em série de certificados.

 

 

ATENÇÃO: Este post destina-se principalmente a esclarecer as pessoas que estão fora das questões do Ensino, ou estão menos esclarecidas ou sensibilizadas para estas temáticas.

 

Os professores já sabem este filme de trás para a frente e só não vêem o que não querem ver ou desistiram de ver ... preferiram "imaginar" um cenário diferente, de fuga de uma realidade absurda. Aí é que está o meu problema ... eu tento ... e tento ... mas a coisa é sempre temporária ... depois tenho de explodir para eliminar a carga negativa acumulada ... ou brincar e dizer umas parvoíces (também é uma técnica de fuga e descompressão, muito em voga nos dias que correm, entre o professorado) ... dizemos umas palermices e vamos mais leves para casa.

Depois há os que criaram uma carapaça à sua volta quase intransponível ... passam despercebidos, não se queixam de nada e tentam à força justificar tudo, no que acreditam e no que não acreditam ... mas pronto, nesta guerra têm a legitimidade de se defenderem como podem.

Mas a verdade, verdadinha ... é que o professorado anda todo muito desmotivado e triste, técnica daqui, técnica dali ... a dura realidade da Escola actual, não é pessimismo nem ficção ... é mesmo um facto consumado.

 

Brama

 


publicado por Brama às 18:03
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Sábado, 7 de Março de 2009

Ministério Vergonhoso

Jorge Pedreira minimiza erros ortográficos nos computadores Magalhães.

 

Quem é que avalia este Ministério Deseducador que distribui às crianças computadores com software cheio de erros ortográficos?

 

 

Poderei então em futuras aulas assitidas escrever no quadro:

 

Bassia Idrugráfica em vez de Bacia Hidrográfica,

 

Preção Hatemosférica em vez de Pressão Atmosférica,

 

ou,

 

Faquetores de Lucalisassão Hindos-trial em vez de Factores de Localização Industrial,

 

 

sem correr o risco de ser penalizado na minha própria avaliação?

 

 

Se ainda vivemos em Democracia, não poderei ser prejudicado.

 

 

É uma vergonha que sejam crianças de 10 e 11 anos a detectar erros ortográficos de um programa emanado do Ministério da Educação, o mesmo que faz bandeira de andar a fazer um bom trabalho contra o insucesso escolar.

 

 

Jorge Pedreira considera que isto é um caso pontual, um erro menor.

 

Quem é o que avalia por, além de colocar cá fora computadores sem as mínimas condições pedagógicas, ainda fazer este tipo de consideração?

 

 


publicado por Brama às 22:09
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Sexta-feira, 21 de Novembro de 2008

Copiemos a Finlândia, pois então !

Sr. Primeiro Ministro:

Como Vª Exª tem a mania de nos comparar com a Finlândia, venho por
este meio dar o meu pequeno contributo sobre as comparações que tanto
gosta de fazer entre os 2 distantes, mas dignos Países:

1. Na Finlândia as turmas têm 12 alunos;


2. Na Finlândia há contínuos, aliás - políticamente correcto-
'auxiliares de accção educativa', acompanhando constantemente os
professores e educandos;


3. Na Finlândia, as crianças são educadas pelos pais no intuito de
respeitarem a Escola e os Professores;


4. Na Finlândia todas as turmas QUE TÊM ALUNOS com necessidades
educativas especiais, têm na sala de aula um professor especializado a
acompanhar o aluno que necessita de apoio;


5. Na Finlândia as aulas terminam às 3 horas da tarde e os miúdos vão para
casa brincar, estudar;


6. Na Finlândia o ensino é totalmente gratuito inclusivamente os
LIVROS, CADERNOS E OUTRO MATERIAL ESCOLAR;


7 . Na Finlândia não há avaliadores, professores avaliados nem Inspectores.!!!!!


8. Na Finlândia os professores têm tempo para preparar aulas e são felizes.

Nota alguma diferença???

Muito obrigado pela atenção!!!!

 

(recebido por e-mail)

 


publicado por Brama às 20:21
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Quarta-feira, 19 de Novembro de 2008

Exemplo das preocupações que deveriam competir ao Ministério da Educação

Exemplo Britânico

   O exemplo britânico. Os pais dos alunos com comportamentos violentos nas escolas britânicas vão passar a ser multados num valor que pode ir até aos 1450 euros. 'As intimidações verbais e físicas não podem continuar a ser toleradas nas nossas escolas, seja quais forem as motivações' sublinhou a Secretária de Estado para as Escolas. Disse também que ' as crianças têm de distinguir o bem e o mal e saber que haverá consequências se ultrapassarem a fronteira'. Acrescentou ainda que 'vão reforçar a autoridade dos professores, dando-lhes confiança e apoio para que tomem atitudes firmes face a todas formas de má conduta por parte dos alunos'. A governante garantiu que 'as novas regras transmitem aos pais uma mensagem bem clara para que percebam que a escola não vai tolerar que eles não assumam as suas responsabilidades em caso de comportamento violento dos seus filhos. Estas medidas serão sustentadas em ordens judiciais para que assumam os seus deveres de pais e em cursos de educação para os pais, com multas que podem chegar às mil libras se não cumprirem as decisões dos tribunais'. O Livro Branco dá ainda aos professores um direito 'claro' de submeter os alunos à disciplina e de usar a força de modo razoável para a obter, se necessário.


Em Portugal, como todos sabemos, o panorama é radicalmente diferente. Por cá, continua a vingar a teoria do coitadinho: há que desculpabilizar as crianças até ao limite do possível, pois considera-se que o aluno é intrinsecamente bem formado, o que o leva a assumir comportamentos desviantes são factores externos (contexto social e familiar) que ele, coitado, não consegue superar. Temos assim que o aluno raramente é penalizado e quando o é, os castigos ficam-se na sua maioria por penas ligeiras, não vá correr-se o risco de o menino/a sofrer traumas que o podem marcar para o resto da vida. As notícias sobre actos de vandalismo, de agressão, de indisciplina e de violência, praticados em contexto escolar que, com progressiva frequência vamos conhecendo, deveriam merecer da parte de quem tutela a educação, medidas mais enérgicas que infelizmente tardam em chegar.

(Recebi este texto por e-mail)

 

...

 

Eu acrescento que, não vão chegar mesmo (referindo-me às medidas enérgicas).

 

Mais, actualmente suspender um aluno por uma má conduta, não é uma penalização. É mesmo um benefício. A criança vai de férias uns dias  porque obviamente não vai ser duplamente prejudicada. Já lhe chega o "trauma" da sanção. Evidentemente que não podemos penalizar a criatura em termos de faltas ou até lesá-lo no acompanhamento da matéria que perdeu. Os professores empenhar-se-ão em ser sancionados também por sancionarem o aluno. E como é que isso é feito? Dedicando-se, para além de todos os outros milhentos papéis que têm de preencher e dar despacho, a preencher mais uns quantos, que serão especificamente os testes ou fichas ou diagnósticos ou outra m**** qualquer (já ninguém percebe porque a Ministra veio dizer que TODOS os professores interpretaram mal o Estatuto do Aluno), para conseguir avaliar ou aferir ou whatever as dificuldades da criancinha.

 

Assim sendo, em Portugal acontece algo, certamente inédito em todo o Mundo. O aluno incumpre, comporta-se mal, é prevaricador e mal-educado, agrediu o colega ou o professor mas ... vai de férias (na pior das hipóteses) e o professor sofre uma sanção.

 

                                                                                                                                               Brama


publicado por Brama às 19:16
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É a Vergonha Total !

Como previsto, a FENPROF abondonou a reunião com a Ministra após 10 minutos do seu início. Não vale a pena insistir em conversações e quaisquer tipo de negociações com quem só se ouve a si próprio e determinou à partida o desenrolar das decisões, quem é surdo e vive apenas a sua realidade, a que lhe interessa. E é aquela mulher socióloga. Só pode ter sido uma péssima estudante universitária ou então, fez o curso como o Sócrates fez o inglês.

 

Como se não bastasse, todos os professores andam a receber uma "intimidação" via e-mail. Trata-se de uma aplicação enviada pela Direcção-Geral dos Recursos Humanos da Educação, onde os professores deverão introduzir os seus objectivos individuais, para a sua avaliação de desempenho. Que golpe baixo e abolutamente nojento. O Ministério não mede meios para conseguir os seus propósitos. Não é isto ditadura e fascismo?! ... uma pressão individualizada para causar o pânico junto dos professores que, individualmente acabam por se sentir mais vulneráveis e ficam sem saber quem envia ou não os seus objectivos. Que atitude baixa e vergonhosa para um Ministério que se intitula "da Educação".

 

Eu não vou preencher nada, porque não aceito ser destratado desta forma. Exijo respeito e todos devemos exigir esse respeito. Não preencho coisa alguma. Onde é que já se viu tratar assuntos de seriedade profissional via e-mail ! E ainda por cima ninguém foi avisado para tal. Então este assunto da definição de objectivos já não é de âmbito escolar?! Não são os órgãos de gestão a definir os objectivos juntamente com os professores e a entrevistá-los?!

 

E além disso, como é que o Ministério teve acesso a tantos e-mails, de tantos docentes?! Onde está essa base de dados?! E quem é que autoriza o Ministério a invadir tantas caixas de mail, de tantos docentes para causar o medo e o pânico junto dos professores?!

 

Não aceito isto ... e recuso-me a preencher seja o que for.

 

                                                                                                                                     Brama


publicado por Brama às 18:15
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Segunda-feira, 17 de Novembro de 2008

Vai uma "Ovação" para a Suspensão !!!

Incrível é a palavra certa.

 

Já era muita gente junta contra a Ministra e o Ministério ... professores, funcionários e agora pais e alunos. Assim dava demasiado nas vistas, não era Sra. Ministra? E a senhora e o seu superior sabem que, pelo menos, a arrogância, a soberba e o orgulho besta, não podem ser directamente proporcionais à perda de votos nas próximas eleições, não é verdade ? Já perdeu os professores há muito, não vá agora perder também pais e alunos!

 

Parece que uns ovinhos na sua focinheira e dos seus secretários, serviu pelo menos para vos acordar, quais Belas Adormecidas (Belas?! ... Feias, Horrendas), nem que momentaneamente, de um sono de profunda e intrépida estupidez.

Siiiim ... momentaneamente, porque a vossa ignobilíssima insanidade é tanta que só em raros instantes atinge a corrente lucidez, própria dos seres dotados de um paupérrimo senso comum.

 

Com que então gostaram dos ovinhos, hã !!! Meia dúzia de alunos meia-lecas, por estabelecimento de ensino, com umas quantas caixinhas de exsurgências de galináceo, conseguiram em escassas horas o que 100 mil professores de uma vez e 120 mil de outra, nem sequer vislumbraram alcançar ... a descida de um singelo degrau do seu altaneiro pedestal de verborreia mental e diarreia governativa. Bem hajam os referidos alunos ... e os seus ingénuos ovinhos !

 

Para a próxima manif de professores eu aconselho uma gigantesca omolete de ovos de Avestruz a descer a Avenida da Liberdade e a desfilar pela 5 de Outubro, até ao sítio certo ... as ventas de sua majestade promotora de mestrados e doutoramentos em Ignorância Avançada junto dos nossos discentes, Miss Miluzeca.

 

Suspensão p'ra Ministra da Educação !

Suspensão p'ra Ministra da Educação !

Suspensão p'ra Ministra da Educação !

 

Mas o pior é que a senhora ainda conseguiu com esta apelidada "clarificação da lei", mais uma vez, passar para a comunicação social a imagem de que são todos os docentes, os estúpidos, burros e iletrados que, nem sequer conseguiram analisar correctamente as leis que "vomita" cá p'ra fora. A senhora vomita, vomita e não há ninguém que consiga pôr cobro a tanto mal-estar. Então, afinaaaal faltas justificadas já não é sinónimo de exame! Malvados professores, não houve um único que conseguisse ler cabalmente os seus decretos, já viu como é possível!  Pois claro que não, obviamente ... a senhora não é deste mundo, escreve e fala como um ser alienígena, ninguém a entende ... só a sua comitiva de raios-te-parta.

Sabe o que senhora merece? Sabe? ... mais manifestações, greves a tudo e mais alguma coisa, que os professores não a deixem dormir em paz de maneira alguma. Da minha parte farei o que me for possível e estiver ao meu alcance para a deixar "animada" porque "estar vivo é o contrário de estar morto" e eu quero vê-la viva, vivinha de raiva, escárnio e desassossego do alto da sua nave espacial.

 

                                                                                                                                                        Brama

 

 


publicado por Brama às 21:35
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Sexta-feira, 14 de Novembro de 2008

O Governo é Ilegal

"Suspende-se ou solicita-se a Suspensão?"

 

Tema sério e grave!!!

 

"A Escola não pode suspender um processo de avaliação, quanto muito pode solicitar a suspensão porque há que zelar pela nossa imagem pública e, embora estejamos desgostos e cheios de razão contra este modelo de avaliação, temos sempre de seguir os trâmites legais, para que ninguém nos possa apontar nenhum defeito de forma ou de princípio."

 

As minhas duas questões imediata são:

 

1ª - Para quê solicitar a suspensão? Será que a equipa ministerial alguma vez aceitaria essa solicitação quando 120 mil professores nas ruas não os fizeram recuar um passo?

 

2ª - Que imagem pública têm ainda os professores a defender?

 

A Suspensão é o caminho certo porque não vejo nenhuma hipótese de entrar em mais conversações com este Governo. E por falar em ilegalidades, que dizer das muitas ilegalidades cometidas pelo Governo neste processo de avaliação de professores!!! E que dizer da maior de todas as ilegalidades, quando achavámos que iriamos ter um Governo socialista e afinal se tranformou em fascista!!! Maioria absoluta não tem de ser igual a ilegalidade, ou tem?!

 

Várias escolas suspenderam o modelo, incluindo a minha. Muitas mais farão o mesmo porque é o único caminho possível. Parece que os órgãos de gestão de muitas escolas portuguesas já estão a receber instruções superiores no sentido da intimidação dos docentes que suspenderam a avaliação, que serão sancionados à posteriori. Depois de tudo, parece-me que não poderemos nunca ceder a pressões e sustentar este "braços de ferro" com o Ministério ... afinal somos tantos e se quisermos bloqueamos este processo que é, acima de tudo, injusto e destruidor da nossa profissão.

 

É lamentável a atitude da Ministra da Educação e respectivos Secretários e sobretudo do Primeiro-Ministro que, sistematicamente suja a imagem dos professores junto da opinião pública, para além de deturpar muitas informações ou mentir mesmo, em favor da sua governação e em detrimento da credibilidade dos docentes.

 

São de lamentar igualmente os comentários do Presidente da República que, ao invés de cumprir as suas obrigações enquanto Instituição que é, não tem feito absolutamente nada nas questões mais sensíveis, limitando-se a apelar à serenidade (como se fosse possível ser sereno com um Governo autista!) e a "repreender" professores e alunos em todo este processo.

 

A Educação em Portugal está, em minha opinião, a atravessar o período mais crítico e vergonhoso de sempre.

 

Estes governantes não servem a Educação Nacional e não servem para nada.

 

                                                                                                                                                   Brama


publicado por Brama às 19:22
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Domingo, 9 de Novembro de 2008

As Palavras estão Gastas!

Dia 8 de Março de 2008, 100 mil professores na rua contra o sistema educativo e o esquema de evaliação imposto aos professores, batendo um record no número de docentes mobilizados numa manifestação.

 

Dia 8 de Novembro do mesmo ano, os professores estão novamente na rua para contestar outra vez, um sistema que não tem pernas para andar. Desta feita e contra todas as expectativas, após a mega-manifestação de, exactamente 8 meses antes, estão em Lisboa 120 mil professores. Só faltaram 25 mil, dos quais, muitos não foram por mil razões diferentes de, concordarem com este sistema. Portanto, os que concordam com esta atrocidade tal como está, são uma ínfima minoria.

 

Mas parece não chegar.

 

Para Maria de Lurdes Rodrigues não chegou, não foi um sinal claro de desmotivação, de inaceitação de algo que é absolutamente irracional.

É autista e a última pasta que deveria assegurar seria a da Educação. Esta Ministra é tudo menos educada.

 

Acho que os professores devem partir para a "ignorância". Não há mais discurso possível com este Ministério, nem compreensão possível, nem acordos, nem coisa nenhuma. Os professores devem "partir a loiça toda" até porque já pouco ou nada têm a perder.

 

As escolas devem parar a avaliação e ponto final. Parar de vez ou então, parar as escolas e as aulas, até que Maria de Lurdes acorde de um profundo sono de estupidez política e cega arrogância.

 

Por mim, assino tudo o que for contra este Ministério e esta Ministra.

 

 


publicado por Brama às 15:17
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Terça-feira, 4 de Novembro de 2008

Manif no Dia 8

"Não vale a pena porque não vai resultar em nada."

 

"Sou contra as manifestações."

 

"As pessoas já se desmotivaram porque na de Março foram 100 000 professores e não se fez nada."

 

"Ainda se fosse durante a semana!"

 

Estes e outros argumentos sustentam a tese de NÃO ir à manifestação do próximo dia 8. Pelo menos, estes são alguns dos que ouvi. Não sei se algo resulta ou não, apenas sei que não é sustentável que assim continue. Lamento, mas não é mesmo. Este processo é doentio e sarcástico. Parece-me que já chega. O Ministério da Educação/Deseducação já anda a gozar com esta treta toda e com os professores deste país, há muito tempo. Será que os professores que são tantos, não conseguem pôr cobro a um bando de carrascos, quais milhões de judeus a sucumbir face à prepotente e sádica  vontade criminosa de um punhado de nazis?

 

BASTA!!!

 

Já veio a público que, pelo menos 50% das escolas nacionais pararam e se recusaram a continuar com esta enferma avaliação que, mais não é que um processo de selecção "natural" da espécie PROFESSOR, uma gigantesca trituradora da docência. Haja consciência porque isto, esta monstruosidade não pode permanecer mais.

 

Depois como se não bastasse esta "doença", os professores já têm outra para lhes dar cabo da paciência, as novas regras do próximo concurso de professores que, ameaçam grandemente a pouca estabilidade que alguns profissionais da Educação já havia conseguido ao longo dos anos, por uma profissão que, afinal é tudo menos aquilo que realmente deveria de ser.

 

Será que é necessário pagar tanto só porque um belo dia decidimos enveredar por esta via profissional?!

Será que tantos profissionais da educação foram grandes criminosos, ladrões, violadores, saqueadores, homicidas, torturadores na outra vida, para que estejam agora a padecer tanto desrespeito, amputação de direitos e agravamento de múltiplos deveres que, nem deveriam ser seus, mas de tantos outros profissionais de outras áreas ( ou dos próprios pais dos seus alunos ...)?!

 

BASTA!!!

 

Não me interessa o que vai resultar ou não. É-me já indiferente. Fui às anteriores manifestações e irei a esta também, porque antes de mais, tenho de ser coerente com os meus próprios princípios e convicções. É o momento que me é possível ter para libertar as minhas energias, os meus ódios, os meus fantasmas profissionais e vou fazê-lo. Vou fazê-lo da mesma forma como o fiz na última manif, onde estiveram 100 mil professores e nada resultou.

 

Pode ser que agora algo resulte, talvez sim, talvez não. Se ficarmos todos em casa é que, certamente nada resultará. Nessa altura as elevadas entidades desencadeadoras de toda esta "merdança deseducativa" perceberão que os professores se renderam, baixaram os braços ou, quiça cinicamente, virão a público concluir que os professores estão contentes e conformes com tudo o que tem vindo a ser deliberado e que está em curso nas escolas.

 

NÃO, NÃO QUERO PACTUAR NEM COM UMA COISA, NEM COM OUTRA.

VOU E VOU E GOSTARIA QUE MUITA GENTE FOSSE, DOCENTES E NÃO DOCENTES PORQUE ESTE DEIXOU DE SER UM PROBLEMA SÓ DOS PROFESSORES, ESTENDE-SE ÀS FAMÍLIAS DESTES E ATÉ À SOCIEDADE EM GERAL.

 

ESTE MINISTÉRIO E ESTE GOVERNO ESTÃO A ACABAR COM A SOCIEDADE PORTUGUESA E COM O POUCO DE BOM QUE LHE RESTA.

 

                                                                                                                                                   Brama        

 


publicado por Brama às 19:01
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Sábado, 4 de Outubro de 2008

Se nada se fizer ...

... este será o destino de muito professores portugueses.

 

 

Não queremos ficar assim, pois não. Ataquemos então!!!

 

 


publicado por Brama às 14:29
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Quem são os maus?

 Quando era ainda muito pequeno (não que agora seja extremamente grande), tinha ideias muito rígidas sobre o certo e o errado, o bom e o mau, o correcto e o incorrecto, o justo e o injusto. Recordo-me como na minha lógica pueril, todos os presidiários eram bandidos, criminosos, malfeitores e só poderiam merecer as grades como destino último.

Depois cresci, questionei, ponderei, avivei e ... MERDA!!! ... como é possível?! ... fui defraudado anos e anos da minha existência. Estão presos apenas alguns "pequenos" maus, alguns pobres desgraçados que não causam grande mossa, pouco influentes, sem voz e sem qualquer capacidade de se poderem defender. Afinal os "grandes" maus estão todos cá fora e eu a pensar que a pouco e pouco estava protegido deles. Como pude ser tão ingénuo. Estão todos ou quase todos por aí a pavonear-se e a gozar com esta merda toda, a rir na nossa cara e a utilizar-nos como peças num tabuleiro de xadrez, à sua boa vontade. Pior que tudo foi aperceber-me que, no meio dos pobres presidários malfeitores, figuraram ao longo da História da Humanidade, grandes homens e grandes mulheres que deram e continuam a dar a sua vida, a abdicar da sua liberdade, por grandes causas, por aquilo que consideram certo, justo, simplesmente porque não conseguem calar o seu Eu interior, porque são demasiado genuínos para deixarem de ser eles próprios.

 

Fui enganado anos e anos da minha vida (nisto e noutras coisas) e fico f***** pelo facto de ninguém ter ousado esclarecer-me atempadamente. Os maus são livres. Os bons estão presos a causas e presos no sentido literal da palavra. E eu que sempre pensei que bastaria ter uma boa conduta para nunca chegar a sentir-me cingido a uns quantos metros quadrados. Afinal basta ter fortes princípios de justiça a agir em conformidade com estes, para chegar a ficar preso.

 

Mesmo esquecendo a quantidade de políticos, autarcas, advogados e muitas altas patentes disto e daquilo que estão livres, sendo corruptos, ladrões, pedófilos, que corrompem e se deixam corromper, centrando-nos por exemplo no actual ensino em Portugal, é fácil compreender como um Excelente professor se pode tornar de um momento para o outro em homicida ou simplesmente ficar "atrás das grades" por instigar à necessária "desordem" social que parece mais que nunca, necessária.

 

 

NOTA:

Deixei de saber o que é ser-se Professor em Portugal e o que significa Ensinar, ao fim de uma década de ensino.

Se alguém me puder aclarar neste ponto, ficaria extremamente grato.

 

Brama

 

 


publicado por Brama às 13:27
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Professores ou Bruxos ?

 

Recebi por e-mail e acho que vale mesmo a pena ler

 

Por ordens ministeriais, todos os docentes deviam entregar, até ao dia 30 de Setembro, os objectivos individuais para este ano lectivo. Há escolas que adiaram o prazo por um mês, pois têm noção de que isso é impossível. Na grelha de objectivos individuais  aprovada na minha escola, os professores têm de escrever a percentagem de níveis dois,  três, quatro e cinco que se propõem dar no final do ano lectivo em cada turma! Se não cumprirem esses objectivos, terão de mudar e profissão.

Como é óbvio, eu, que não sou bruxo, terei de propor uma percentagem que seja aceite pelos meus avaliadores e que seja sempre inferior à do ano anterior. Os (des)iluminados tecnocratas que têm estas ideias nunca assistiram a uma aula de Psicologia do Desenvolvimento? Como é possível tratar crianças como objectos quantificáveis? Como é possível um professor que esteve em duas aulas com uma turma saber a percentagem de níveis cinco, quatro e três que atribuirá no final do ano? (Já não falo em dois, porque estamos proibidos de dar…) Eu sei que se pretende ensinar aos alunos que a vida é injusta, mas podíamos evitar que a avaliação também o fosse.

Eu já disse aos meus colegas que, se fosse bruxo, jogaria no Euromilhões e não perdia tempo a  adivinhar  os níveis que os alunos teriam no final do ano… Isto é uma palhaçada tão grande: mascarar o insucesso, obrigando os professores a melhorarem os resultados todos os anos até todos os alunos terem nível cinco a todas as disciplinas. Por favor, não me obriguem a ser mentiroso, só porque está na moda!

O verdadeiro sucesso que há na escola é o de professores que não sabem em que dia da semana estão e que se aguentam acordados durante o dia à base de cafés, porque não dormiram a corrigir testes de avaliação diagnóstica e a prepararem aulas, a imaginarem o sucesso dos seus alunos no final do terceiro período, a deitar contas à vida, porque o dinheiro que ganham não dá para pagar a renda, o combustível, as portagens, os tinteiros da impressora. Outros professores andam tão obcecados com o poder que lhes deram de "assassinar" a carreira de colegas que inventam matrizes de testes, estratégias diferenciadas, planos de aula, grelhas e gráficos… para poderem dizer: "-Vês, não podes ter Bom porque não fizeste isto ou aquilo! Até dás aulas muito interessantes, mas não deste a devida atenção ao rapaz que está na terceira fila, constantemente a olhar pela janela! Muda de vida!"   

Há quem diga que os professores insatisfeitos deviam mudar de profissão! Quem investiu anos da sua formação para fazer aquilo de que gostava, não deve mudar. A senhora ministra, que não percebe nada de pedagogia, não tem um discurso coerente nem entende o que se passa nas escolas, irá brevemente embora. Até o senhor Primeiro-Ministro que não frequentava as aulas e só falou verdade uma vez na vida, quando disse  que o seu objectivo era o de tornar os portugueses mais pobres, também irá embora e um dia chegará ao poder alguém que se preocupe com o que os alunos aprendem e não com as estatísticas, porque os ministros passam, os estatutos mudam, mas os professores continuam…

É uma pena a comunicação social só ir à escola, quando lá vão os governantes e tudo parece muito bonito para português ver na televisão. Os jornalistas deviam escolher uma escola e fazer uma reportagem, ouvindo o que professores, alunos e auxiliares têm para dizer.

Vendem-se ou dão-se aos alunos computadores com contratos de longa duração de 1 giga de downloads o que é ridículo e que será gasto durante um dia pelos alunos, se estiverem ligados ao "msn", depois cobram a preços elevadíssimos a utilização durante os outros 29. Isto é um "negócio da China" para as operadoras e para a propaganda do governo, que para todos os efeitos "deu" o computador! Mas livrem-se de terem o azar do computador ou da placa avariarem, nem imaginam o que vão gastar em portes postais e os aborrecimentos que terão!

A senhora Ministra tinha prometido que haveria projectores e computadores em todas as salas, no início deste ano lectivo. Na minha escola, quem quiser utilizar as novas tecnologias tem de comprar computadores, impressoras, tinteiros e projectores!  Ela quer a excelência, mas trata-nos como escravos que ainda pagam para trabalhar.

Já nem vou escrever sobre a entrega da gestão do parque escolar a uma câmara que eu conheço, que abandonou completamente as escolas do 1º ciclo com computadores com cerca de dez anos que já não funcionam e que obriga os pais a mandarem  papel higiénico e detergentes para a escola. Antes da atribuição de mais competências,  o governo devia ter verificado como essa câmara em concreto tinha gerido as escolas do 1º ciclo até ao momento.  

O Senhor Primeiro-Ministro tem mais jeito para vender computadores do que para governar o país, no entanto anda a festejar, porque piorou a vida dos portugueses, aumentando os impostos, a idade da reforma, criando portagens nas SCUT (só da região do Porto) e congelando as carreiras. Já não falo na subida das taxas de juro, pois acho que a culpa não é só sua! A mudança que operou no país foi para pior!

 

 


Maria João Oliveira

 

 

 

 

 

 


publicado por Brama às 00:05
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Sábado, 13 de Setembro de 2008

Estudantes mais aplicados ou mais violentos?!

Esta semana o Sr. Primeiro Ministro, com aquele sorriso cínico a que já nos habituou de há quase 4 anos a esta parte, veio a público mostrar o seu contentamento pelos resultados obtidos na Escola pelos nossos jovens. Ao que parece, os nossos meninos e meninas empenharam-se de tal forma este ano lectivo que, houve uma baixa significativa na percentagem de níveis inferiores a três e classificações inferiores a dez valores, nos vários níveis de ensino. Mas esse mérito não se deveu só aos alunos, ahhhh pois é... O nosso querido Primeiro Ministro prontificou-se imediatamente a acrescentar que todos os intervenientes nestes processos de ensino-aprendizagem estão de parabéns por contribuir para a melhoria da Educação em Portugal, inclusivamente os professores, vejam lá vocês ... e o próprio Governo (claro ... que novidade!), que foi o motor dos grandes esforços em todos os aspectos, com o objectivo cimeiro da melhoria exponencial dos resultados e do sucesso educativo ... PALMAS PARA ELES. Na mesma notícia seguiu-se naturalmente a perpétua Ministra da Educação, Miss Lurdes Rodrigues, Luluzeca para os mais chegados, que realçou as palavra do nosso Primeiro ao mesmo tempo que esboçou um sorriso honesto (não por estar propriamente contente com os resultados, mas porque mostrou aos portugueses e especialmente ao professorado quem manda afinal na Escola Portuguesa, quem dita as regras que os pindéricos professorzecos têm de acatar manifestando-se ou não aos milhares pelas calles lisboetas e porque, claro está, limpou a casa govenativa junto da opinião pública plebeia, arredada que está da interpretação dos reais fundamentos deste sucesso escolar repentino ... só num único ano, não esqueçamos). Imediatamente a seguir, para constituir um reforço ainda mais positivo da ideia inicial e dando a máxima credibilidade a esta notícia bombástica, dois professores (julgo que presidentes do executivo nas respectivas escolas), vieram também mostrar a sua conivência com os pressupostos emanados superiormente, ao darem uma imagem de excelência por parte da actuação dos liderantes. Seguramente pertencerão às poucas escolas públicas alvo de dotação de mais e melhores equipamentos escolares (ou então advertidos a passar essa imagem na comunicação social sob pena de observarem com alguma periclitância o seu posicionamento profissional). Também há a possibilidade de terem ido a uma espécie de casting, sendo escolhidos entre os milhares candidatos a assumir, sob compromisso de honra, uma postura que mais não fosse que a extensão e consolidação dos princípios preconizados pela ordem doutrinária vigente. Assim sendo, temos melhores alunos, melhores docentes e certamente, melhores pais, mais atentos aos problemas dos seus educandos, mais informados, mais sensíveis às questões escolares, mais disponíveis e com melhor ambiente familiar promotor de um saudável enquadramento das criancinhas no caminho,por fim certeiro, pelo total desenvolvimento das capacidades cognitivas e competências práticas nesta tão complexa teia de ensino-aprendizagem.

 

No mesmo bloco informativo, numa notícia imediatamente a seguir, fica-se a saber que os casos de violência escolar aumentaram no último ano lectivo, existindo um maior número de queixas relativas a actos de violência juvenil considerados graves ?! ....

 

Em que ficamos afinal?! Estavam falando tão bem e já estão variando.

 Como é que os nossos jovens estão mais estudiosos e aplicados (a comprovar pelos excelentes resultados escolares) e ao mesmo tempo, ofendem professores e funcionários, não respeitam regras elementares de educação e de convivência social,  faltam ostensivamente ao cumprimento das normas instituídas nas escolas, desembocando por fim em actos de elevado índice de violência escolar?!...

 

Isto é no mínimo estranho ... mas como não há regra sem excepção, o mais certo é que de facto haja uma relação directamente proporcional entre o número de vezes que um aluno manda a professora à m**** (e estou a ser obviamente generoso no que concerne ao impropério), ou exige a entrega imediata do telemóvel ( a fazer uso do caso tão amplamente explorado nos media) e os satisfaz bem e excelentes que obtém nos testes de avaliação. Nem que seja para o professor cair nas graças do aluno e dos pais e já agora da Escola e da Ministra, podendo assim matar vários coelho com uma só cacetada: o aluno promete comportar-se bem na aula assistida da professora para esta ter boa nota, os bons resultados dos alunos revertem-se favoravelmente na avaliação da professora, a professora projecta uma imagem positiva de si mesma e do seu empenho junto do departamento, da Escola e do Ministério e todos fazem vénia em sinal de agradecimento. No final ganham todos mas sobretudo perde o aluno ... ele não tem consciência disso porque em tenra idade ainda é infinitamente estúpido mas tudo caminha no sentido dessa estupidez e irreflexão se perpetuarem no tempo. À semelhança da conduta política salazarista em relação ao seu povo  (não interessaria este saber demais para não reclamar e contrapor a ordem), o aluno actual é sobretudo formatado para não pensar nem reflectir criticamente (esse exercício é politicamente impopular). Assim não percebe que está a ser enganado pelo sistema, não está efectivamente a aprender, é mais um número a figurar nas estatísticas de bom sucesso escolar fictício, cresce como um ser ignóbil, inculto, terá dificuldade em ingressar no mercado de trabalho, de elevada exigência e avidez por técnicos especializados ao invés de rebentos de soja e no final, acaba por ser recurso humano com uma boca mas improdutivo.

Mas não se pense que esta é a parte mais triste ... os professores, seres supostamente pensantes e num tempo, preparados academicamente para reflectir, interrelacionar, equacionar, ... , seguem exactamente o mesmo delírio dos seus discentes e a prova está aí.

 

Já está aberta a época de caça furtiva ... e este ano lectivo vai haver muito abate ... a titularidade avaliativa já está a formar-se devidamente para pôr o processo em andamento. É só esperar para "colher" umas quantas peças cinegéticas.

 

                                                                                                                                        Brama

 

sinto-me: absolutamente cáustico

publicado por Brama às 02:46
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Quarta-feira, 30 de Julho de 2008

Quase férias ... porreiro pá!

Mal posso esperar por sexta-feira ... por este ano a pesadilla está quase terminada. A sensação mais aproximada é a de estarmos durante todo um ano lectivo encarcerados numas catacumbas 100 metros abaixo do solo e ... finalmente após essa clausura, podermos respirar outra vez e ver a luz do Sol. É triste dizer isto mas é aquilo que sinto actualmente no ensino por muitas razões do conhecimento geral e por muitas outras que são do desconhecimento de quem não labora nesta profissão. Sim, tudo vai de mal a pior e as consequências de tudo o que este Governo anda a fazer, precedido por outros igualmente maus, vai ter reflexos graves, muito graves na sociedade portuguesa de amanhã. Quando a base estruturante da formação e preparação de uma qualquer sociedade (no caso a Educação ... claro) desmorona, o que é que se pode esperar do resto?! O sistema educativo em Portugal está a ficar enfermo e sendo professor digo com a maior convicção que não queria de modo algum ter um filho meu a ser educado no actual sistema de ensino português. Um sistema que, pressionando professores e demais agentes da educação, promove o desrespeito do papel que cada um ocupa, a irresponsabilidade, a falta de trabalho e de empenho dos nossos alunos, o facilitismo, o incumprimento,  ajuda os que prevaricam e esquece os que mais se empenham, não é um sistema de que me possa orgulhar. É triste adimiti-lo mas a mais pura verdade é a de que, a maioria dos professores também já se rendeu a esta realidade e acabou irremediavelmente, por deixar de pensar (o tal espírito crítico que tanto gostamos de utilizar como um dos critérios de avaliação dos nossos discentes , a pouco e pouco vai deixando de figurar na nossa própria conduta profissional ... como se costuma dizer  " se não os podes vencer, ..."). Eu não me junto mas estou a ceder, porque tenho de cumprir ordens emanadas superiormente.

E é assim, no pátio das cantigas convém cantarmos todos e fingir que isto é tudo uma grande festa para a qual estão todos convictos de contribuir com boa disposição.

 

Bem ... quero as minhas mais que merecidas férias. Para o ano prometo queixar-me menos, até porque já percebi que 100 mil professores nas ruas serviram apenas como operação cosmética enfeitando as avenidas lisboetas de muita gente, alegria e boa disposição. Para o próximo evento poderiam convidar uma escola de samba do Rio, uns saltimbancos e uns cabeçudos para dar um ar mais batucado à coisa e porque não, mais colorido. Chamem também uns neonazis, uns camionistas, uma qualquer associação de agricultores ou pescadores esquecidos e ostracizados, umas drag queen's e a ILGA Portugal e assim, lutamos por várias coisas ao mesmo tempo.

 

(Imagens retiradas da Internet)

 

Para o próximo ano lectivo quero uma manif de profs assim, cheia de cor e alegria.

 

                                                                                                                                         Brama


publicado por Brama às 15:06
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Segunda-feira, 21 de Julho de 2008

Requisição da Amazónia

Para os tempos que se avizinham no sistema educativo português, julgo que a requisição da Amazónia por parte do nosso Governo, não seria uma ideia de todo descabida. Depois do ano lectivo que agora termina (e note-se, ainda não terminou ... pelo menos para mim), acreditem que não consigo sequer imaginar mais papelada e burocracia. A verdade é que parece que vai mesmo haver bem mais papelada. Por este andar e a "avaliar pela avaliação" vindoura, os professores vão-se transformar nos doidinhos dos papéis e evidentemente esquecerão os alunos para passarem a centrar-se só em si mesmos e na imensa quantidade de papéis a produzir. Será que as grandes potências já perceberam que não há volta a dar às grandes questões ambientais e Portugal decidiu então contribuir para a aniquilação total do ambiente, despachando os professores antes de despachar o próprio planeta?

O próximo ano lectivo será determinante em muitos aspectos fundamentais nesta profissão e será certamente o ano mais negro da história do Ensino em Portugal. E antes que me acusem de ser pessimista, aguardem para ver. Falamos daqui a um ano sensivelmente.

 

                                                                                                                                              Brama

 


publicado por Brama às 15:55
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Quarta-feira, 11 de Junho de 2008

Que país vem a ser este?!

- Entrei na Escola às 8h10;

 

-"Vendi" uma aula de 90 minutos a uma turma de 8ºano  à qual, por já ter cumprido todo o programa e ainda faltar uma aula, prometi mostrar um DVD, cujo título é "Os seis graus que podem mudar o mundo", da National Geographic;

 

-  Não mostrei o documentário porque o comportamento geral foi incompatível com essa (achava eu) oferenda;

 

- Pedi-lhes uma auto-avaliação reflectida atendendo a todos os parâmetros de avaliação previstos. Obtive uma avaliação nada reflectida e ainda menos crítica, misturada como muita má educação;

 

- Entre as 10h e as 13h, CORRO pela Escola numa azáfama desmedida, entregando documentos, recebendo documentos, assinando documentos, recebendo documentos, reclamando relativamente aos documentos, preparando documentos para a reunião de avaliação das 16h ... EU DISSE 16H????!!!!!!

 

 (NOTA SÉRIA E GRAVE:

Aqui há que proceder a uma reflexão tão exaustiva quanto preocupante sobre o estado da nação, vulgo Portugal. REUNIÃO ÀS 16H, COINCIDINDO COM O JOGO DE PORTUGAL/REPÚBLICA CHECA?!

Será possível semelhante atrocidade?! Quem ousou sequer cometer tal atentado??? Quem ousou profanar o jogo, marcando-lhe uma reunião de trabalho exactamente em cima??? Quem ousou? QUEM OUSOU? ACUSE-SE IMEDIATAMENTE E SERÁ EXCOMUNGADO PARA TODA A ETERNIDADE CONSUMIDO PELAS TREVAS!!!)

...

(pausa) ... só para respirar um pouco

 

Segue uma lista de alguns dos aspectos muito menos graves do dia do que essa coincidência fatal:

1- Ausência de combustíveis, impedindo deslocações de toda a espécie e obrigando a uma paragem da máquina económica;

2- Falta de alimentos nos supermercados, com prateleiras vazias;

3- faltas ao trabalho por falta de combustível;

4- Mil assuntos de responsabilidade para tratar ainda hoje antes ou aquando da reunião de avaliação.

 

... Fico por aqui.

 

...

Entre as 10h e as 13h, para além de correr desalmadamente de um lado para o outro:

 

- Oiço alguns colegas, à semelhança dos dias imediatamente anteriores, de que é inaceitável a coincidência da reunião de avaliação com o jogo de futebol;

- Volto a ouvir os mesmos colegas avançar com possibilidades de faltar à reunião para ver o jogo;

- Vocifero mil vezes sobre este assunto, recebendo espanto como feedback (Quem será este gajo super esquisito que não partilha da mesma reclamação e acha que o trabalho está primeiro do que a diversão?! ... ou neste caso, como constatei, assunto de Estado da mais elevada prioridade!);

- Perco-me no meio da papelada DT e juro ter perdido o telemóvel;

- Vasculho o telemóvel por todo o lado, incluindo sala de aula das 8h, casa-de-banho, sala de professores, secretaria, sala DT's, carro ... entro e saio, subo e desço, desespero ... peço à minha secretária que espere um pouco que vou a casa de fugida ... vou a casa, vasculho a casa de ponta a ponta, assumo que o perdi, transpiro de nervos e irritação simultânea, volto ao carro, remexo e remexo e ... voilá ... caído debaixo do banco num ponto de improvável localização ... claro está, caíu do bolso de manhã, nestas calças de bolsos mínimos ... bah;

- Volto à Escola lutando contra o tempo ... tanto ainda que fazer ... tarefas de direcção de turma do 3ºciclo não parecem ter fim à vista nunca ... como um poço em que não se vê o fundo;

- Volto a ouvir queixas pela coincidência infeliz da reunião com o jogo Portugal/Rep. Checa, que por este andar, já deve vir na primeira página da revista Caras ou noticiada na TVi;

- Almoço sob pressão às 13h, mesmo frente à Escola;

- Corro para a Escola e adianto mais qualquer coisa enquanto espero pela reunião dos cursos EFA às 14h30;

- Às 16h tem início a reunião de avaliação do 9ºano ... a tão aguardada reunião do dia, desfalcada em alguns elementos logo no início da reunião ... para minha surpresa os que mais reclamaram e queriam despachar os trabalhos para ainda conseguir, pelo menos, ver a segunda parte do jogo;

- Entre torres trigémeas e quadrigémeas de papelada, pelos vistos bem mais sólidas que as gémeas nova iorquinas, lá fomos dando vazão aos que, já se vão tornando momentos históricos de interconexão de loucura colectiva escolar  .... as reuniões de avaliação do ensino básico;

- Decorreu mais rapidamente do que supunha, com a colaboração de quase todos;

- A televisão da sala de professores que vomitava em alto e acutilante som, os resultados do encontro, não deixava sossegar parte da professorada, inquietada perante as novidades a todo o segundo. O intercalar da sonoridade agudizante da caixinha animada com o chilrear dos telélés, orquestravam uma banda sonora de fundo, tudo menos produtiva;

- Acaba a reunião;

- Colegas saem meio apressados na ânsia de ainda ver parte do confronto desportivo ... ao que parece solução de todos os males nacionais;

- Procede-se imediatamente a parte da verificação ... organiza-se a insustentável papelada ... perco-me na organização da papelada ... uns quantos envelopes castanhos cheios de documentos que burocratizam as práticas e premeiam a irresponsabilidade dos alunos;

- Vou comer qualquer coisa;

- Vou para a aula da noite, 90 minutos;

- Saio ... ainda pondero organizar papéis da direcção de turma na sala DT's;

- Desisto porque já não consigo raciocinar devidamente e saio da Escola ... o relógio marca praticamente as 23h.

- Chego meio cambaleante mas tão irritado ... regurgito a minha raiva neste post.

 

Cansado mas mais calmo agora ... pelo menos o meu teclado escuta-me.


publicado por Brama às 23:44
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Terça-feira, 13 de Maio de 2008

Multas para pais de meninos mal-educados

O exemplo britânico. Os pais dos alunos com comportamentos violentos
nas escolas britânicas vão passar a ser multados num valor que pode ir
até aos 1450 euros. "As intimidações verbais e físicas não podem
 continuar a ser toleradas nas nossas escolas, seja quais forem as
motivações" sublinhou a Secretária de Estado para as Escolas. Disse
também que " as crianças têm de distinguir o bem e o mal e saber que
 haverá consequências se ultrapassarem a fronteira". Acrescentou ainda
que "vão reforçar a autoridade dos professores, dando-lhes confiança e
apoio para que tomem atitudes firmes face a todas formas de má conduta
 por parte dos alunos". A governante garantiu que "as novas regras
transmitem aos pais uma mensagem bem clara para que percebam que a
escola não vai tolerar que eles não assumam as suas responsabilidades
 em caso de comportamento violento dos seus filhos. Estas medidas serão
sustentadas em ordens judiciais para que assumam os seus deveres de
pais e em cursos de educação para os pais, com multas que podem chegar
às mil libras se não cumprirem as decisões dos tribunais". O Livro
 Branco dá ainda aos professores um direito "claro" de submeter os
alunos à disciplina e de usar a força de modo razoável para a obter,
se necessário.


Em Portugal, como todos sabemos, o panorama é radicalmente diferente.
 Por cá, continua a vingar a teoria do coitadinho: há que
desculpabilizar as crianças até ao limite do possível, pois
considera-se que o aluno é intrinsecamente bem formado, o que o leva a
assumir comportamentos desviantes são factores externos (contexto
 social e familiar) que ele coitado não consegue superar. Temos assim
que o aluno raramente é penalizado e quando o é, os castigos ficam-se
na sua maioria por penas ligeiras, não vá correr-se o risco de o
menino/a sofrer traumas que o podem marcar para o resto da vida. As
 notícias sobre actos de vandalismo, de agressão, de indisciplina e de
violência praticados em contexto escolar que, com progressiva
frequência vamos conhecendo, deviam merecer da parte de quem tutela a
educação, medidas mais enérgicas que infelizmente tardam em chegar.
 

(enviado por mail)

 

Creio que em Portugal não vão existir medidas tão cedo, pelo menos enquanto as estatíticas de suposto sucesso escolar andarem à frente de tudo o resto. Interessam números e se vamos começar a aplicar multas as pais dos meninos sem educação, os números sofrerão uma quebra assinalável que, obviamente não interessa à classe dirigente.

 

Em Portugal, as criancinhas continuam a ter todas as possibilidades de ofender toda a gente e agredir fisicamente se o considerarem conveniente. O mal não está nas crianças, nem nas famílias. O mal, a existir de algum lado, só virá da parte dos docentes que não conseguem motivar as criancinhas às aprendizagens, ao empenho e depois massacram-nas com trabalhos de casa, testes de avaliação e toda essa panóplia de tarefas horrendas que traumatizam os meninos no futuro próximo


publicado por Brama às 20:20
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Quinta-feira, 1 de Maio de 2008

Reprovar agride os nossos alunos

Ontem às 21h mais ou menos … na escola onde trabalho, eu e uma colega:

 

Clg: _ Já sabes da última?

Eu: _ Qual é desta vez?

Clg: _ Parece que a nossa Ministra veio a público dizer que os nossos alunos não podem já reprovar. Consta que representa uma grande despesa para o Estado.

Eu: _ Interessante. E isso é já este ano lectivo ou só para o próximo?

Clg: _ Pois não sei. Entretanto uma psicóloga explicou também que as reprovações não ajudam em nada as crianças. Servem apenas para dificultar a vida aos alunos e destruir-lhes a auto-estima.

Eu: _ … (não disse mais nada).

 

Antes de uma análise detalhada deste pequeno diálogo, convém especificar que pressuponho esta “novidade” já ter alguns dias … desconhecia como tenho evitado conhecer as últimas ideias brilhantes de quem tutela a Educação em Portugal. Este ano lectivo o massacre tem sido mais que muito e neste momento, está em causa a minha própria saúde e sanidade mental … parece-me prioritária. Como tal, penso que, tal como já referi em post anterior, “o autismo é o caminho”.

 

Voltemos ao diálogo. Não vos parece uma conversa quase surreal? Pois, é aquilo que eu acho agora, mas expressa com clarividência o estado da educação em Portugal.

Mais surreal é ainda a minha questão. Centremo-nos nela, está propositadamente a negrito. Foi a questão imediata que coloquei, na mais pura espontaneidade e sem qualquer intuito de ironizar o que quer que fosse, daí a minha preocupação. Ter-me centrado no momento em que tal ideia mirabulante da nossa ministra teria lugar, sem sequer questionar ou ponderar o grau de lucidez desta medida, deixou-me preocupadíssimo comigo mesmo. Talvez seja já um sinal do desgaste ou da desmotivação que sinto, mas que parece também ser da generalidade dos professores em Portugal. De acordo com o Ministério, reprovar é mau sobretudo por representar uma despesa acrescida ao Estado. As questões educativas têm lugar nisto??? Não me parece.

Entretanto segundo a tal psicóloga, reprovar destrói a auto-estima dos meninos. Claro que destrói … basta ver a sensação de tristeza com que muitos ficam quando competem e fazem comparações entre eles para ver quem teve a negativa mais baixa no teste ou quem tem mais negativas ou participações disciplinares. Também mostram a sua tristeza quando são mal-educados e se vangloriam disso ou quando não fazem os tpc’s e outros deveres e isso é motivo de graça e de confronto com a disciplina e a ordem que o professor tenta impor … ficam tão tristes e com a auto-estima completamente destroçada. E os alunos cumpridores e aplicados, será que a sua auto-estima não fica penalizada quando percebem que independentemente de serem responsáveis e dedicados, todos transitam em igualdade de circunstâncias?

Para não ficarem com a auto-estima destroçada, fica então esclarecido que os alunos devem sempre transitar a dessa forma acumular dificuldades nos  anos lectivos seguintes, para nunca mais as ultrapassarem e aí sim, ficarem com a clara sensação de que são incapazes de acompanhar os outros na aquisição de conhecimentos. Esta é a receita para que os nossos alunos não se sintam prejudicados. Também será, creio, uma mensagem de reforço positivo para os restantes alunos, aqueles poucos que ainda se empenham, sabem?! … certamente que estarão muito mais empenhados ao perceberem que os seus colegas que não querem fazer mais nada nas aulas a não ser enviar mensagens com o telemóvel, ouvir mp3 e instalar a confusão, transitarão exactamente como eles para o ano lectivo seguinte.

 

Mas acho muito bem … estamos definitivamente no bom caminho. Acho que sim, para bem da educação e do ensino em Portugal, toda a gente deve transitar … todos menos os professores. Esses malandrecos é que têm de preparar aulas absolutamente extraordinárias (para quê, não sei … não é suposto os alunos passarem incondicionalmente, sabendo ou não?!) … dar o programa todo (igualmente estranho, se os alunos não precisam de estudar), nunca faltar (continua a ser esquisito), etc, etc.

 

Como é que se pode solucionar estes problemas?

Já que vivemos no meio da palhaçada e do desgoverno 

 

1-     acabar-se de vez com o sistema de avaliação quantitativa – não é necessária se os alunos não podem reprovar;

2-     pensar se é necessário uma avaliação qualitativa – talvez só para os alunos que se aplicam, reforçando-os positivamente. Os outros não precisam, está tudo a correr bem porque estão na escola e não abandonaram ainda o estabelecimento ( o maior drama para o Estado);

3-     assim sendo, acabar-se com reuniões de avaliação ou intercalares – convenhamos que são desnecessárias. É para avaliar o quê e quem? … só se forem os professores;

4-     transformar reuniões de avaliação em reuniões de confraternização com comes e bebes … muito mais animado; já agora, trazer os alunos para essas reuniões, para estarem menos tempo em casa com os pais e passarem mais tempo na escola, como quer o nosso Ministério;

5-     acabar com critérios de avaliação (estes, a existir, são necessários só à avaliação dos professores) – nas primeiras aulas dizemos que eles não serão avaliados já que isso destrói a sua auto-estima; os alunos poderão fazer o que quiserem desde que, nas aulas assistidas finjam comportar-se em condições para não prejudicar a avaliação do professor;

6-     pedir aos alunos que, apesar de não reprovarem, não deverão abandonar a escola (é um critério que nos vai avaliar), não deverão condicionar o professor no cumprimento do programa (também é um critério que o vai avaliar), deverão ter alguma sensibilidade para não prejudicar a carreira profissional do professor. O professor promete compensá-los depois com melhores notas (ainda que fictícias), chocolates, deslocações aos centros comerciais (vulgo, visitas de estudo … para os relatórios que contribuem para a nossa avaliação) e outras benesses.


publicado por Brama às 14:34
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Terça-feira, 9 de Outubro de 2007

Uma questão de rotina ...

(Imagem reitrada da Internet)

Está explicada a invasão das instalações sindicais na região centro por agentes da PSP. Uma mera questão de rotina ... pasmem-se!!! Se assim for, fico seriamente preocupado, porque agrava tudo, significa então que as organizações sindicais estão sistematicamente sob vigilância das forças da ordem e terão pouco espaço de manobra em defesa de seus direitos, numa sociedade que se diz democrática. Com tantos e graves problemas que assolam este país, tanta corrupção a grassar entre quem gere, dignam-se aquelas alminhas, "por mera questão de rotina", a intimidar o referido sindicato, tentando possivelmente desmotivá-lo da preparada acção de protesto, um suposto cordão humano para receber o sr. primeiro ministro numa escola da Covilhã. Como esta gente, os professores, são gente muito ordinária, foram logo devidamente aconselhados em ter cuidado com a linguagem. Que mera operação de rotina tão cirúrgica, logo naquele dia, vejam lá vocês e ainda dizem que as forças da ordem em Portugal não aparecem quando é necessário. Contra a professorada, tudo acontece no tempo certo e sem lugar a atrasos, essa cambada de bandidos que agora, sabe-se lá porquê, se acham no direito de fazer um cordão humano para protestar. E esta ... hein?!

                                                                                          Brama

sinto-me:

publicado por Brama às 07:13
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Segunda-feira, 8 de Outubro de 2007

Sindicato intimidado !

 

 

Ora bem ... cá está o poder político a fazer valer a maioria que o povo lhe deu nas urnas. Cá está, sim senhor, muito bem ... a PSP,  alegada e devidamente instruída pela  alegadamente opressora máquina estatal,  alegadamente "invadiu" hoje as instalações do sindicato de professores da zona centro, para ... (estou a gostar de me armar em apresentador do noticiário da manhã ;-) ), alegadamente ficar a par das medidas pensadas por esta organização sindical, para  alegadamente reinvindicar direitos do professorado. Pelos vistos, diversos agentes da PSP entraram nas instalações, com boas intenções claro ( ninguém ousará contestar ), para ficar ao corrente da movida sindical, dando igualmente orientações sempre no bom sentido,  sobre a linguagem a utilizar, que não deverá ser, sob qualquer pretexto, ofensiva de quem tanto se tem preocupado em respeitar os docentes deste país.

 

É só juntar dois mais dois e alegadamente perceber que uma nova ditadura se vai intrusando pouco a pouco na sociedade portuguesa e nas relações humanas. Depois de tudo o que o povo conseguiu, após muitos e longos anos debaixo de um sistema altamente repressivo, parece que, pouco a pouco, o caminho é ... a regressão.

 

                                                                                                                                           Brama

sinto-me:

publicado por Brama às 22:57
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