Diferencias entre nosotros y nuestros hermanos ...
Acabou o Eurofestival, o assunto encerra em Portugal ... mais uma vez não ganhamos como sempre, seja a música uma big shit ou a melhor melodia portuguesa já inventada e cientificamente certificada ... o capítulo acaba e passamos à frente.
Em Espanha parece que é diferente, os nossos vizinhos põem as mãos nas ancas e vá de peixeirada ainda uma boa parte da noite. Análises e mais análise por todos os entendidos na matéria sobre o espectáculo, os cenários, as cores, as roupas, a apresentação, o desempenho da cantora espanhola e dos bailarinos, a indignação com a pontuação obtida por Espanha no cômputo final e por comparação com outras actuações, observações e mais observações sobre vencidos e vencedores, sistema de votação, previsões, futorologia da carreira dos cantores, ... um exagero infundado de quem, se uma vezes tem mérito por valorizar a sua própria cultura e colocá-la em primeiríssimo plano, por outro, perde toda a credibilidade por sofrer de um excessivo complexo de superioridade, de incapacidade de avaliação isenta do que é qualidade e do que não o é. Como é que é possível a nossa linda Sorayazinha que esteve tão bem, ter ficado em 24º lugar? Como é possível este vexame, esta humilhação do orgulho espanhol, de um 24º lugar num festival cançoneteiro, só à frente da Finlândia, com o seu último lugar? Como é que se obtém vergonhosa posição com um desempenho a roçar a excelência e uma música de qualidade acima da média ... das melhores mesmo? ... uma desgraça, uma injustiça total, Sorayazinha promovida a deusa hispânica por comentadores, público e apoiantes, que choram a sua injusta pontuação ... algo que nunca antes se tinha visto.
Por amor de Deus ... a música espanhola era uma merda em três actos. Será que nuestros hermanos não conseguem ver isso?! ... claro que não, porque eles adoram aquelas pimbalhadas cantadas com garra e pujança, com salero ou sem ele. A música espanhola era uma merdança total ... e a letra de uma pobreza que só visto. Não sei se mereceria o 24º posto mas foi seguramente das piores do eurofestival. Mas lá está, a rapariga abanou-se com pujança, os bailarinos acompanharam ... pronto, temos a fórmula para o sucesso e ... ai de quem o conteste. Nestas coisas também há que ser imparcial. Já houve muitos anos em que as músicas espanholas chegaram a figurar nas minhas preferências (há muitos anos atrás), mas nos últimos anos Espanha só tem trazido tretas da pior espécie ao eurofestival.
Ao menos, eu sei reconhecer (acho eu), quando uma música portuguesa é boa e está à altura ou quando é péssima (e já tivemos alguns anos em que assim foi).
Neste ano, assim como no ano passado, sem qualquer sombra de dúvida, as músicas portuguesas foram bem melhores que as espanholas.
Portugal precisa de valorizar mais a sua cultura e aproveitar melhor o que tem de bom ... é um facto. Mas Espanha também precisa de tirar as palas e começar a ver outros ângulos da coisa e percepcionar outras realidades. Actualmente os países do leste "dão música" à música de nuestros hermanos e merecem melhores pontuações, claro.
E agora ... só porque me irritei, vamos ouvir a nossa prestação no eurofestival e ... observemos como a nossa música arruma com a espanhola.
Parece que a fórmula se manteve, apesar de ter havido uns ajustes no sistema de votação. O certo é que os vizinhos continuam a votar nos vizinhos e contra factos não há argumentos. Depois há as adulterações à votação pelos emigrantes espalhados pela Europa e, nesse caso, há uma vantagem assustadora para alguns países de leste e para a Turquia.
Desde cedo se notou a vantagem da Noruega com o seu Conto de Fadas e a partir de determinado momento, deixou de fazer sentido qualquer pontuação que se avançasse pois o destaque tornou-se inalcançável. Felizmente que, ainda assim, era de facto uma das melhores músicas a concurso. Na minha opinião não era a melhor música pois não trazia nada de novo ao que já se ouviu noutros festivais, era uma música mediaticamente vencedora. Seria vencedora justa se não se introduzisse alguma nota de originalidade noutras músicas o que, no caso deste eurofestival, aconteceu noutras músicas igualmente boas.
No conjunto, o Eurofestival deste ano foi bastante bom e o espectáculo foi, em si, um verdadeiro espectáculo com um palco e cenários extraordinários.
A minha preferência foi destacadamente e, sem qualquer dúvida ou concorrente à altura, a música da Estónia. A segunda preferida foi a da Moldávia; houve outras igualmente boas, mas prefiro esta.
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. Mais um Conto de Fadas .....