De cima para baixo:
The Gherkin
London City Hall
British Museum Great Court
O primeiro contacto com este país, já noite cerrada, foi em Oisterwijk, belíssima localidade na região de Noord-Brabant. Tive a sensação clara de estar num local de bonecos, com as casinhas muito arranjadinhas, com os seus telhados inclinados, jardins muito cuidados e estreitos arruamentos. Fui-me deitar em pulgas, desejando acima de tudo que amanhecesse o mais rapidamente possível e poder explorar as redondezas. No dia seguinte constatei que Oisterwijk primava de facto por ser uma localidade aprazível, calma e acolhedora. As casinhas dispostas harmoniosamente, com diferenciadas decorações interiores abordando estilos diversos e delicados espaços ajardinados, amplas janelas para permitir captar a ténue luminosidade e ao mesmo tempo reforçar a comunicação com o exterior. O comércio marcadamente tradicional, é requintado e de bom gosto, apela inevitavelmente ao consumo. Nesta simples localidade existem, apenas, 25 galerias de arte. À semelhança do espaço urbano, o espaço natural envolvente é bastante convidativo, permite passeios demorados nos diversos caminhos do bosque, acompanhados por frondosas árvores, pontilhado aqui e ali por um lago sereno. Os patos e os corvos são aves frequentemente presentes, aqui e noutras localidades.
De tarde deslocámo-nos a 'S-Hertogenbosch ou simplesmente Den Bosch, belíssima cidade nas proximidades de Oisterwijk. A impressão inicial manteve-se, espaços cuidados e bem planificados, edifícios com belas fachadas arquitectónicas e estimados, comércio vasto, diversificado, denunciado um nível aquisitivo elevado, pessoas elegantes, simpáticas e educadas no trato.
Na região Noord-Brabant ainda estivemos em Breda e Tilburg, espaços urbanos de maior dimensão e uma aparência mais citadina que Oisterwijk. Tilburg é relativamente perto de Oisterwijk e quase não dá para perceber quando saímos de uma e entramos noutra. Interessante é o facto de, num momento nos vermos rodeados de edifícios altos e espelhados e passados tão somente dez minutos estarmos circulando junto a verdes prados onde graciosos póneis correm pitorescamente uns atrás dos outros. Curiosamente não me lembro de ter visto um único edifício degradado. A organização, a harmonia, a estima são, aliás, palavras de ordem na estética e no cuidado dos espaços urbanos e rurais deste pequeno país.
Além da região Noord-Brabant, num dos dias deslocámo-nos, como não poderia deixar de ser, à bonita cidade de Amesterdão, a pouco mais de 100 kms a noroeste de Oisterwijk. Estacionámos perto do Estádio do Ajax para, de comboio, nos deslocarmos até à louca e cosmopolita Amesterdão, capital do deboche onde quase todos os vícios têm o seu lugar. O frio era mais que muito e apesar da chuva e neve que caíam intensamente mal chegámos à Estação Central da urbe, os milhares de indivíduos multi-etnias atropelavam-se num corropio constante. A bela Amesterdão, atravessada por uma complexa rede de canais, tem a capacidade de nos prender a atenção a cada passo e transmitir num curto espaço as mais díspares sensações, porventura até antagónicas. Uma mescla de odores diversos a essências, alimentos e drogas provenientes de alguns coffee shops, fundem-se numa atmosfera inebriante, já em si massacrada pelos reduzidos valores térmicos, atribuindo uma certa singularidade a esta capital. Amesterdão obriga sem dúvida a uma nova visita, mais calma e atenta. Claro que estive à entrada da casa de Anne Frank mas, a fila de espera de umas boas dezenas de humanóides sedentos de curiosidade, dava a volta à esquina e naturalmente não estaríamos interessados em perder ali a tarde.
Ainda avistei a moderna e sofisticada Roterdão, a segunda cidade holandesa em população, detentora do maior porto da Europa e dos maiores do mundo. Da auto-estrada deu para calcular a grande dimensão da cidade e respectivo porto bem como, depreender o aspecto futurista das construções que contrasta em absoluto com as restantes cidades holandesas, de estética arquitectónica marcadamente mais característica dos Países Baixos.
No útimo dia, quando nos dirigíamos para Haia (ou Den Haag), real sede do Governo, eis que fomos surpreendidos por um intenso nevão (ao que parece o maior deste ano), que nos forçou a uma temporária paragem numa qualquer estação de serviço. Haia tem personalidade, é bela e tem classe. Os edifícios são fortes estruturas de carácter imponente e majestoso. Também existem edifícios modernos de vidro e betão, embora sejam menos visíveis. Aqui temos a maior concentração de galerias de arte e afins de toda a Holanda, numa só avenida.
Achei interessante o tremendo contraste entre as três principais cidades da Holanda: Amesterdão é romântica e alucinada; Roterdão é centro mercantil e de negócios; Haia é clássica e respeitável.
Na manhã seguinte despedimo-nos cedo, em direcção ao aeroporto de Eindhoven, da melhor forma possível. Enquanto nos deslocávamos pelos meios rurais, tive a oportunidade de observar belíssimos cenários paisagísticos, dignos de postais de Natal, em que uma neve espessa cobria tudo em redor. A determinado momento num cenário completamente branco, irrompe um círculo amarelo-alaranjado por entre as esparsas árvores, transmitindo à paisagem uma aparência quase mágica e simultaneamente, dando-nos as boas vindas a um novo dia, igualmente intenso, embora desta feita, na capital de Sua Majestade das terras e baldios ingleses.
Até à próxima Netherlands ... que se espera breve!!!
Muito cansado, bem disposto pelas experiências vividas, triste por já ter acabado (foi difícil entrar naquele avião para regressar), totalmente desmotivado por recomeçar a vidinha do costume.
O percurso foi simples:
1º - Voo de Faro para a Bélgica (Charleroi);
2º - Aeroporto de Charleroi - Holanda;
3º - Voo de Eindhoven para London Stansted;
4º - Aeroporto de Stansted para London City;
5º - London City para Aeroporto de Gatwick;
6º - Voo de Gatwick para Sevilla;
7º - Deslocação de Sevilla para Portugal ( a parte mas dolorosa do percurso).
Foram muitas as sensações vividas ao longo de 10 dias, algumas surpresas, momentos de boa disposição, também alguns curtos momentos de stress, mas no final, tudo surtiu bom efeito. Apetecia-me voltar atrás e repetir alguns momentos. Para já, a rede de metro londrina não me contém ... desloco-me nela como peixe na água; da mesma forma, não há cantinho do imenso Hyde Park que não tenha sido pisoteada pelos meus sofridos pezinhos que, quase ficaram em chaga dos vários kms percorridos. Neste caso, claro que tenho de voltar à organizada Holanda e obviamente Londres espera-me dúzias de vezes. Pior, pior foi o regresso à vidinha escolar de todos os dias ... uffff, não tenho a conta dos papéis que hoje tive de assinar e das convocatórias para umas quantas reuniões de rajada ...
Durante uns dias quero reviver e relembrar as sensações vividas e não me façam azedar com a Ministra e comitiva associada.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.
. London Norman Foster's Ac...